A série policial “Bom dia, Verônica” tem atraído público dentro de fora do Brasil. A produção brasileira que estreou recentemente sua segunda temporada entrou para o Top 10 Mundial da Netflix. Desde o seu lançamento, no último dia 5, a trama contabilizou mais de 14 milhões de horas assistidas pelo mundo afora, alcançando o quarto lugar entre os títulos de língua não inglesa mais vistos pela plataforma de streaming.

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“Bom dia, Verônica” é uma adaptação do livro homônimo, dos autores Raphael Montes e Ilana Casoy. A série conta a história de Verônica Torres, uma escrivã da Delegacia de Homicídios de São Paulo que, após presenciar um suicídio, passa a usar sua habilidade investigativa para ajudar mulheres desconhecidas.

Na segunda temporada, a produção é estrelada pelos atores Tainá Müller, Klara Castanho, Reynaldo Gianecchini, Elisa Volpatto e Camila Márdila. O ator londrinense Adriano Garib também integra o elenco interpretando o personagem Victor Prata, melhor amigo da protagonista. “Ele é um médico legista que trabalha na corporação policial onde a Verônica é escrivã. Na primeira temporada ele falsifica o laudo de morte dela para que ela possa fugir e se vingar da máfia que descobriu. Consequentemente, na segunda temporada vem um Prata mais íntimo ainda dela devido ao crime sério que eles cometeram juntos”, comenta Garib.

Segundo ele, apesar de ser um personagem coadjuvante, Victor Prata tem atraído a simpatia dos espectadores. "A participação dele é muito pequena. Ele aparece apenas em uma ceninha por episódio e às vezes nem aparece. Mas acho que por ser um cara muito parceiro, muito leal e carinhoso com a Verônica, as pessoas gostam muito dele. Não sei se o fato dele ser gay atraiu a atenção do público. Nessa segunda temporada ele vem com o marido interpretado pelo Pedro Necerssian, que é um jornalista que ajuda Verônica a investigar os casos de assédio do Matias, personagem do Reynaldo Gianecchini”, contextualiza Garib.

O ator londrinense acredita que o grande trunfo de “Bom dia, Verônica” é o fato de a série falar sobre violência doméstica. “É um problema que não existe só aqui, existe no mundo todo. E durante a pandemia a violência doméstica cresceu significativamente no Brasil e hoje os índices estão cada vez mais alarmantes. Acho que esse tema aliado a uma trama policial bem escrita, bem dirigida e bem produzida é o que faz essa série ser um sucesso que vai além do Brasil. Temos versões da série dublada para o público americano, europeu e asiático com um retorno muito positivo porque eles também sabem o que é isso, pois trata-se de um problema mundial”, argumenta.

RITMO

Outro ponto destacado por Garib em relação ao sucesso da série é o ritmo frenético dos episódios. “O núcleo de personagens pequeno e centrado nas investigações da Verônica e no vilão dá uma agilidade para a trama e faz com que o público adore maratoná-la”, enfatiza o ator ao relatar sua paixão pelas produções audiovisuais. “Comecei fazendo teatro, cinema, depois fui fazer novelas e nos últimos sete anos tenho feito somente séries. Me parece um trabalho sólido meu nesse nicho de séries, em plataformas diversas, sempre com personagens coadjuvantes, mas com muita presença e com muita solidez. Tanto é verdade que as pessoas sempre comentam que minha presença em cena tem muita credibilidade”, afirma.

O trabalho constante como ator em produções audiovisuais despertou no londrinense o desejo de explorar novas possibilidades dentro desse setor. “Acabei de fazer o meu próprio filme, " O Céu Sobre Londrina”, me envolvendo como diretor e como produtor tamanha a paixão por esse segmento. Quero investir acentuadamente no audiovisual nacional. Tenho a pretensão de conseguir vender uma série minha para alguma das grandes majors de streaming atuantes no Brasil, uma série que eu possa, enfim, protagonizar. Mas sei como o quanto esse caminho é longo, árduo e difícil”, ressalta.

No momento Garib aguarda o lançamento de uma outra grande produção da qual participou. “Na metade de setembro estreia na Globoplay a série Rota 66, sobre a vida e as reportagens policiais do Caco Barcelos. Eu participo fazendo o papel de Pena Branca, que foi o um dos grandes mestres do jornalismo policial do Brasil na década de 50 a 80 e mentor intelectual do Caco. Em março do ano que vem começo a filmar a segunda temporada da série “Um dia qualquer”, do canal Space. Faço um bicheiro nessa produção que fala sobre as comunidades cariocas”, revela.

Além de atuar em séries, o ator londrinense que está afastado dos palcos desde 2016 tem se dedicado a ensinar a outros artistas a arte de interpretar. “Depois de dar aulas por 17 anos na Casa das Artes de Laranjeiras, no Rio de Janeiro, e de retornar a Londrina durante a pandemia, estou morando em São Paulo e dando aulas de intepretação no Teatro Escola Célia Helena. Estou afastado do teatro há cinco anos e sinto muita falta. O teatro me formou completamente como artista e ensinar intepretação pra mim sempre foi uma forma de me reciclar e de não parar de aprender”, conclui.

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