Ao completar 65 anos de atividades, a Rádio Paiquerê 91.7 segue plena. Em sintonia com as comemorações e o trabalho diário, J.B. se entusiasma. A memória, as perspectivas e o legado do diretor da rádio são como doses de motivação: a quem chega, a quem precisa seguir. A linha do tempo da Paiquerê 91.7 é de respeito e J.B. não se esquece de quem passou pela rádio, quem participou ativamente de sua história e conquistas. Todos possuem sua consideração.

O cidadão londrinense é capitulo à parte nessa trajetória. Sua fidelidade, confiança e relação de troca marcam gerações. Isso é fato. A primeira rádio a participar da Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina promovida pela Sociedade Rural do Paraná acredita em potenciais - e o ingresso no Expo é um exemplo que J.B discorre com o orgulho de acreditar no produto alheio.

Reconhecer talentos, valorizar ideias, conservar princípios e aceitar as mudanças são características de uma rádio reconhecida mundialmente pelas coberturas de Copas do Mundo, eleições e o cotidiano da cidade. "Nós vivemos a cidade, nós nos especializamos em Londrina e embora muitas demandas sejam direcionadas a autoridades, essas também nos respeitam e até nos agradecem pelo trabalho que nossas equipes realizam com seriedade e competência diariamente", expõe J.B.

LEGADO E PROPÓSITO

J.B. é natural de São Sebastião do Paraíso, Minas Gerais, chegou em Londrina em 1946, ainda nos braços dos pais e mais do que fixar residência, criou raízes na Pequena Londres.

Reconhecido pela voz até de máscara, J.B. se distingue. Viúvo desde outubro de 2019, mantém no anelar a aliança, símbolo do amor eterno à sua esposa Dirce, com quem teve três filhos: Carlos Alberto, André e Adriana. O trabalho do pai junto aos Vicentinos é para J.B., até os dias de hoje, uma das grandes lembranças de seu pai em relação à compaixão pelo próximo. Os quatro netos tornam o convívio familiar mais harmônico, observam os exemplos, aprendem com os mais velhos e os ouvem.

Aliás, para quem tem uma história alicerçada na audiência, a compreensão acerca dela é bastante clara. Ser ouvido é dom e J.B. começou seu flerte com o rádio de modo despretensioso. "Fui acompanhar minha mãe em um programa de auditório da Rádio Clube do Jurandir Panza. Era uma quinta-feira, antes do dia das mães de 1962, eu tinha 17 anos. Meu vizinho trabalhava na equipe de esporte e precisava de alguém no domingo para fazer "rádio escuta" e minha obrigação era anotar os resultados dos jogos e passar para o plantão". De lá pra cá, a vivência profissional está perto dos 60 anos - uma entrega combinada com a arte de saber se relacionar é também uma qualidade de J.B.

J.B. com os filhos André e Adriana: uma história de amor e trabalho no cotidiano da rádio
J.B. com os filhos André e Adriana: uma história de amor e trabalho no cotidiano da rádio | Foto: Divulgação

NO AR, A RÁDIO DA CIDADE

Em 9 de fevereiro de 1957, entrava no ar a rádio Paiquerê. Na programação atual, o Esporte, o noticiário internacional, nacional e local e uma grade de conteúdo variada. O "Bate-Bola" segue vibrante e, juntamente com a tradição, atrações como "Fala Brasil" - que traz explicações sobre a língua portuguesa apresentado pela professora da UEL Cristina Simon e o "O Assunto é Previdência", apresentado pela advogada Ana Carolina Arnaldi justificam a audiência. "Sempre tive o sonho de dar para Londrina uma grande emissora de rádio. Conseguimos com tudo o que fizemos", alegra-se JB. Desde 1979 no mesmo endereço, a rádio é uma referência diante de um dos cartões-postais da cidade, o lago Igapó.

Sobre a cobertura das eleições, uma referência de longa data, J.B., recorda e enaltece o trabalho das equipes de jornalismo. "Antigamente, as urnas eletrônicas, ainda com as cédulas, tornavam muito demorado o resultado. Mas tínhamos o know-how de apresentar o resultado paralelo antes de a Justiça Eleitoral. O ano de 1988 foi marcante, pois a diferença do Antonio Belinati para o Zé Tavares foi de 788 votos no resultado final. Nós já tínhamos o dado o parcial, com a 812 votos, diferença de um erro de 24 votos, fato muito marcante na época diante de uma disputa muito acirrada e um resultado apertado", narra o comunicador.

TECNOLOGIA AMPLIA AUDIÊNCIA

O comentarista do jornal da manhã considera que as ferramentas digitais são aliadas da comunicação. Buracos, queda de árvore, falta de energia estão entre as demandas dos ouvintes que nos dias de hoje são encaminhadas pelo whatsApp. "É uma coisa tão dinâmica - todos acreditam na Paiquerê". As prestadoras de serviços nos respeitam. Atendem com solicitude. Conseguimos nome, respeito pelo trabalho que a gente faz. Eles não podem estar em todos os lugares, os ouvintes nos procuram e ao saberem, as prestadoras nos agradecem. Existe tanta confiança na rádio e sabemos que praticamente grande parte dos secretários, paralelamente a seus trabalhos, acompanha a Paiquerê. Isso é gratificante", cita.

Adaptado até mesmo à rotina de home-office em razão da pandemia, J.B. é prova de que a zona de conforto não é sua marca. Lado a lado com os filhos no trabalho - André atua no departamento comercial e Adriana é como seu braço-direito- reconhece as mudanças do mercado, os hábitos do ouvinte e sabe equilibrar a inovação com tradição. Difundir a informação com imparcialidade, agilidade e a apuração profunda são bases do trabalho. "Quando a TV chegou, falaram acabou o rádio. A internet, a mesma coisa. Hoje é algo globalizado. Uma ouvinte está em Paris e comenta sobre a saudades do nosso calor e sabe o que está acontecendo em Londrina. O WhatsApp é para nós uma ferramenta para trabalhar e ter contato com o ouvinte. Do trabalho, do trânsito, de casa, o ouvinte se mantém informado e nós integrados a eles e ao que acontece no mundo", afirma.

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https://www.folhadelondrina.com.br/folha-2/radio-paiquere-am-migra-para-a-fm-1023810.html

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