Reconhecer a dedicação das mães diante da formação escolar não é uma tarefa complexa para educadores. Para a diretora da Escola Municipal Santos Dumont, Gislaine Aparecida Mendonça, a participação das mães na vida escolar de cada filho é um fator determinante e representa um estímulo. "Esse acompanhamento faz toda diferença, serve de incentivo à dedicação aos estudos e promove a responsabilidade", destaca.

A Técnica em Enfermagem Tatielle Selicani: "Sei da importância da minha presença para eles"
A Técnica em Enfermagem Tatielle Selicani: "Sei da importância da minha presença para eles" | Foto: divulgacao

Fundada no ano de 1945, a escola localizada no Jardim Industrial, região leste de Londrina, atende 170 alunos do P5 ao 5º ano do Ensino Fundamental e todo o corpo docente considera a integração da família necessária para o desenvolvimentos dos estudantes em todas as suas fases. "Mesmo que a mãe não se lembre mais daquele determinado conteúdo, a atenção já é uma demonstração de interesse e serve também para que o aluno melhore o seu senso de responsabilidade e vontade de entregar o melhor para quem acompanha suas tarefas e trabalhos escolares, que na maioria dos casos é mãe", discorre Mendonça.

Um outro aspecto a ser observado nesse contexto é que a relação entre a mãe, o estudante e a escola forma uma verdadeira tríade. A composição é harmônica e cria também um diálogo que permite enxergar as evoluções e também a compreender possíveis dificuldades e o manejo necessário para o progresso. "Estar atento é importante. A criança quer ser cobrada, pois isso para ela é um sinal de que está sendo cuidada, alerta a diretora.

Mães e professores de mãos dadas pela formação

A técnica em Enfermagem Tatielle Selicani é mãe de Igor, de 4 anos, e Laura, de 3. Seus dois filhos são alunos do CMEI- Centro Municipal de Educação Infantil Valéria Veronesi, localizado na região central de Londrina, e a responsabilidade sobre os estudos é dela. "Eu sou presente, acompanho a rotina, conheço os professores e vou às reuniões. Sei o que isso representa para eles", destaca.

Benício, 4 anos  e Maya, 2, filhos de Andréa Albuquerque: "lousa com giz para estimular motricidade e equilibrar uso de eletrônicos
Benício, 4 anos e Maya, 2, filhos de Andréa Albuquerque: "lousa com giz para estimular motricidade e equilibrar uso de eletrônicos | Foto: Divulgação

Embora Selicani reconheça que assim como muitas mães sinta uma certa dificuldade para dar o apoio na execução do que é proposto em casa, ela puxa para si o compromisso. "Eu sei que é uma obrigação, tem que ser feito e penso que meus filhos se sentirão desassistidos se eu não for presente. É verdade que às vezes sinto falta de uma mãe pedagoga aqui em casa, pois os professores possuem habilidades únicas, mas eu faço o meu melhor e avançamos", ensina.

A educadora física Andréa Albuquerque tem quatro filhos: Melanie, 16 anos, Bernardo, 12, Benício, 4 e Maya, 2. A dedicação à família é sua prioridade e a pausa na vida profissional é um propósito para ela. Benício e Maya, os menores, também são alunos do CMEI- Centro Municipal de Educação Infantil Valéria Veronesi, e as experiências realizadas em casa são recebidas por Andréa com comprometimento.

Com uma rotina rotina planejada, Albuquerqueconsegue encaixar a execução das práticas escolares no período da manhã e assim observa também como os filhos estão se desenvolvendo. "Eu optei por ter um quadro tradicional em casa com giz para que eles aprendam a desenhar e a fazer as letras no quadro, ao mesmo tempo em que recebem menos estímulos eletrônicos".

A letra "B" espelhada, comum no processo de alfabetização, foi uma observação de Albuquerque. "Notei e é assim que entendo que uma parceria entre a escola e os pais funciona. Eu sei do meu papel, conheço os meus filhos e é um privilégio poder acompanhar os avanços deles, assim como ajudar a corrigir, ensinar e estar por perto", alegra-se.

Marcia Guadanhane e as filhas Heloisa e Beatriz: a presença das mães é valorizada na escola Santos Dumont
Marcia Guadanhane e as filhas Heloisa e Beatriz: a presença das mães é valorizada na escola Santos Dumont | Foto: Divulgação

Bater com a colher em uma panela e experimentar o som que vem dela, tocar as massinhas de modelar, sentir aromas de ervas como a doce, o da folha do ouro e tocar texturas até então desconhecidas são experiências ricas e lúdicas no processo de formação. Em casa e na escola, elas são desenvolvidas na aprendizagem e, de acordo com a diretora do CMEI Valéria Veronesi, Patrícia Ribeiro, a contribuição das famílias é algo necessário e felizmente uma realidade na unidade. "As famílias são participativas e mostram bastante aceitação às propostas", aponta.

Desenvolver a autonomia do aluno é um dos objetivos na condução da educação, segundo a diretora Patrícia Ribeiro. No entanto, esse objetivo é alcançado por meio de um trabalho em conjunto. "Na maioria das situações, é a mãe quem traz para escola, leva para casa, participa das reuniões e também recebe as propostas para serem realizadas em casa", explica. "Dependemos bastante dessa contribuição e entendemos que ela tem grande valor", acrescenta Ribeiro.

Apesar de na maioria das situações a mãe ser quem mais participe da vida escolar do aluno, a diretora do CMEI Valéria Veronesi, assim como os demais profissionais da rede municipal, reconhecem a contribuição de mais pessoas das famílias. "Para valorizar essa dedicação, criamos o 'Dia de quem Acolhe', data em que o familiar mais presente é recebido com música, contação de história e tem um momento de vivência na escola", conta.

Especialista orienta famílias a serem produtivas juntas

Rebeca Toyama: "Crie uma rotina de estudos, mantenha os horários que as crianças seguem em seu dia-a-dia"
Rebeca Toyama: "Crie uma rotina de estudos, mantenha os horários que as crianças seguem em seu dia-a-dia" | Foto: divulgacao

Para a professora e especializada em psicologia transpessoal e eneagrama, Rebeca Toyama, é essencial o papel das famílias em acompanhar e estimular a realização de tarefas escolares. “É preciso manter uma rotina, como melhor ponto de partida”, avalia a especialista. Toyama lembra que as crianças copiam sempre as atitudes dos adultos, e essa é também uma oportunidade para mostrar aos filhos a importância da disciplina e dedicação com o trabalho e os estudos. “Essa é uma excelente forma para estreitar os laços familiares. Os pais precisam criar uma rotina de estudos para seus filhos em casa, levando em consideração os horários que as crianças seguem em seu dia a dia.”, conta Rebeca.

Coach com certificação internacional em Positive Psychology Coaching e nacional em Coaching Ontológico e Personal Coaching com o Jogo da Transformação, Rebeca Toyama atua há 20 anos como coach, mentora, palestrante, empreendedora e professora. Além da rotina de estudos, a especialista revela que os pais precisam se atentar às atividades que vão oferecer, evitando que as crianças fiquem muito tempo em frente à televisão. “Reservar uma parte do dia para os estudos e mesclar o tempo restante com atividades lúdicas e educativas ajudará muito, pois elas estão em constante aprendizado e é sempre importante estimular novas experiências. Crie uma rotina de estudos, mantenha os horários nos quais as crianças seguem em seu dia a dia e tenha um lugar onde elas consigam estudar, sem ter contato com distrações", ensina Toyama.

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