“A maior cantora viva do Brasil se apresenta hoje em Londrina”. Foi assim que a FOLHA iniciou a matéria sobre a vinda da grande Gal à cidade pela última vez, em agosto de 2013, para se apresentar no saudoso Cabaré do Filo, a atração musical que acontecia em paralelo à programação do nosso festival de teatro. Felizmente, fui ao show.

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E que espetáculo a Gal proporcionou. Não sei se pelo perfil do público que estava ali, notadamente mais jovem, mas o fato é que a intérprete da voz de veludo e afinação de João Gilberto estava leve, solta. O grande momento foi quando ela cantou “Um dia de domingo”, clássico de seu repertório oitentista, usando o tom grave de Tim Maia na segunda parte da música. O público veio abaixo.

Aliás, a história dessa canção é um capítulo à parte. Em entrevista recente ao podcast musical “Papo com Clê”, disponível no YouTube, o hitmaker Michael Sullivan, coautor da música em parceria com Paulo Massadas, contou que foi feita a pedido de Gal, que queria uma composição para gravar com o grande Tim.

“Eu digo sempre que a Gal é a musa dessa música”, disse Sullivan. Só que a gravação, segundo ele, “deu um trabalho danado porque o Tim estava apaixonado pela Gal”. "Ele cismou que queria casar com a Gal e falou pra ela. E a Gal: ‘meu Deus do céu’.” Gal Costa gravou sua participação sozinha porque tinha turnê agendada no exterior. "Ela viajou, o Tim chegou no estúdio pra cantar: ‘ué, cadê a Gal?’ Eu falei: ‘não tá aqui, Tim, a Gal não pôde vir porque ela já cantou, até deixou umas firulas prontas, tal’. E o Tim: ‘meu irmão, como é que vou cantar sem a Gal, vim aqui pra cantar com a Gal’. Depois de três horas, ele chateado pra caramba, aceitou cantar a parte dele", recordou Sullivan, aos risos.

Não parou aí. Quando soube que sua participação seria menor do que a da cantora, Tim Maia, em seu melhor estilo, desistiu e foi embora. Só retornou depois de muita insistência. Imagino que os dois gigantes já estejam combinando um novo dueto lá em cima...

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