Fundador do Ballet de Londrina e da Escola Municipal de Dança da cidade, Leonardo Ramos foi inocentado pela justiça da acusação de racismo em processo movido há seis anos por um bailarino da companhia. Ex-integrante da companhia de dança londrinense dirigida por Ramos, o acusador alegou ter sido preterido em relação a outros integrantes do grupo por causa da cor de sua pele. No acordão homologado no mês de julho pela 2ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná e assinado pelo desembargador Mário Helton Jorge, o magistrado avaliou que o episódio narrado na ação judicial se refere à prática de injúria racial, cuja prescrição ocorre em seis meses após o fato.

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“O desembargador entendeu que a acusação se referia a um caso de injúria racial, que ao contrário do racismo é praticado apenas contra uma pessoa específica e não contra a raça como um todo. Nesses casos, a pena prescreve em seis meses, que foi o que ocorreu pois os fatos narrados no processo se referem a episódios que aconteceram entre 2010 e 2015, e a ação judicial só foi aberta em 2016”, esclarece o advogado de defesa de Ramos, José Alegro.

O ex-diretor do Ballet de Londrina afirma ter aceitado com tranquilidade a decisão da justiça. “Mesmo se tivesse sido condenado, iria cumprir o que fosse determinado”, afirma Ramos ao enfatizar que o Ministério Público de Londrina já havia pedido arquivamento do processo depois de ouvir os depoimentos das testemunhas indicadas na ação. “Das dez testemunhas ouvidas pela justiça, cinco indicadas por mim e cinco indicadas por ele, apenas três me acusaram de forma clara. A maioria disse não ter ouvido nenhum comentário racista”, relata Ramos.

Ao longo do processo iniciado em 2016, Ramos chegou a ser condenado a um ano de reclusão em sentença proferida pelo juiz da 3ª Vara Criminal de Londrina, Juliano Nanuncio, por supostamente ter praticado “ofensa à honra e à dignidade em razão de raça e cor”. Por ser réu primário, a pena foi convertida em prestação de serviços comunitários. Ex-secretário de Cultura de Londrina, Ramos atuou como diretor do Ballet de Londrina por 27 anos. Atualmente o coreógrafo está afastado do trabalho por licença médica para tratamento de artrose.

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