Lago Igapó se transforma em palco de música e dança no domingo

Um carnaval fora de época agitou a principal área de lazer dos londrinenses no domingo (14). Um trio elétrico embalado pela Orquestra Ouro Verde atraiu um público variado às margens do Lago Igapó 1 no final tarde do Dia dos Pais. Um cortejo dançante seguido por vários coletivos culturais da cidade marcou os festejos da retomada das atividades do Festival de Dança de Londrina após dois anos de suspensão causada pela pandemia.

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Com o slogan “Festival de Dança Convida à Vida”, o evento contou com a participação artistas que formaram 12 alas coreográficas representando coletivos da dança, do teatro e do circo da cidade. O cortejo foi seguido por artistas que atuam em diferentes modalidades artísticas, como balé clássico, dança de salão, hip hop, contemporâneo e danças tradicionais – além de outras linguagens cênicas e vilas culturais.

Os grupos se reuniram às 16 horas, na frente da sede da Funcart, de onde saíram cerca de meia pela Rua da Canoagem até chegar na barragem do Lago. No trajeto, encontraram os integrantes da Orquestra Ouro Verde, formada pela vocalista Lua Specian, Sara Delallo (baixo) Rafael Fuca (guitarra), André Gião (guitarra), Braulio Morais (bateria) e André Coudeiro (percussão). A orquestra animou o público com vários ritmos dançantes relembrando hits do axé music ao samba rock, além de entoar por diversas vezes os versos da música tema do evento: “Convite à Vida”, composição assinada por Renato Forin Jr. e Diogo Burka.

Ouça o refrão de Convite à Vida, música-tema do Cortejo Festival de Dança de Londrina

“Apesar de todas as dificuldades que temos vivido no país, a gente está mesmo precisando mesmo celebrar a vida. Após chorarmos tantas mortes que aconteceram durante a pandemia, temos que celebrar o fato de continuarmos vivos. E nada melhor do que fazer isso dançando e cantando ao lado de pessoas queridas”, afirmou a estudante Milena Maciel de Souza, que foi ao Lago Igapó acompanhada de várias amigas especialmente para acompanhar o cortejo. “Precisamos ter esperança de que é possível vivermos dias melhores. E eventos culturais como esse reacendem a nossa vontade de dar a volta por cima”, destacou o técnico de informática Luiz Antonio Fernandes, que mora em São Paulo e ao sair para passear com pai foi surpreendido com a passagem do trio elétrico.

Promovido pelo Festival de Dança, o cortejo contou com participação de integrantes da Academia de Danças Augusto Bogo; AlmA Brasil; Ballet Claudia Lima; Casa da Dança; Cia CLAC; Cia de Dança Carol Aleixo; Coletivo Funcionário Fantasma; Estranha Cia de Dança-Teatro; Fundação Cultura Artística de Londrina (Funcart); Lab Compani; PS Brasil e Usina Cultural. Os coletivos culturais foram selecionados para o evento por meio de edital. A iniciativa contou com patrocínio da Prefeitura Municipal de Londrina por meio do Promic – Programa Municipal de Incentivo à Cultura. O evento teve apoio da Casa de Cultura da UEL e da Rádio UEL.

"Foi uma festa linda, que nos emocionou, sinceramente. As lágrimas rolaram em nós e em muitos artistas conhecidos que estavam ali. Após um tempo de tantas incertezas e tristezas pela pandemia, à distância dos palcos e dos espetáculos de rua, a gente percebeu na pulsação dos artistas e do público o quanto a arte é vital para o nosso cotidiano. Milhares de pessoas dançando juntas o enredo, que é um clamor pela fraternidade, pela alegria de estar vivo e pela transformação de um mundo anestesiado e predatório, que tem pregado a cultura da morte. Foi uma injeção de ânimo para a edição 2022 do Festival de Dança de Londrina, que acontece finalmente de modo presencial de 7 a 16 de outubro, com espetáculos e oficinas espalhados pela cidade", destacou Renato Forin Jr. coordenador de comunicação e curador do Festival.

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