Imagem ilustrativa da imagem FILO 2023 - O que o público achou de Espaço do Silêncio?
| Foto: Pamela Destacio

"Eu sou uma pessoa da dança, faço alguns cursos livres de teatro também, então o meu círculo está muito entusiasmado com o FILO. Eu já conhecia a Nina pela internet e os trabalhos dela, estava bem ansiosa para ver como seria o Espaço do Silêncio. Eu já vim um pouco aflita, porque é um tema muito complicado para corpos vistos como femininos. Então, quando vim para cá, já vim em silêncio. É a primeira vez que estou falando agora com você. É muito forte ver todos esses nomes, porque mesmo quando todos esses nomes são documentados, é feito em silêncio. A Nina também está em silêncio, então ela está representando algo que todo mundo sabe, mas as pessoas não estão vendo. Cenas como essa são necessárias, principalmente no espaço público, porque as pessoas passam e olham. Acho que é o único lugar que elas veriam, porque a grande parte da população não vai ao teatro, e aqui está disponível a todos."

Mirian Borges da Silva, 22 anos, estudante - Londrina

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| Foto: Pamela Destacio

"Eu fui no banco e voltei porque fiquei curioso. A hora que comecei a ver, me arrepiei. Acabei vendo o nome da Marielle Franco também, entre outras mulheres que foram mortas tragicamente no Brasil, por isso estou bem comovido. Estou sentindo até vontade de chorar agora, porque conheço várias mulheres que foram assassinadas, inclusive a influencer que foi atacada recentemente pelo ex-namorado e é amiga da minha família. O que está acontecendo com a sociedade? E eu não falo só sobre as mulheres cisgênero, mas as transexuais também. Eu vejo que a sociedade está cada vez mais doente."

Enzo Stefan de Paula, 32 anos, barman - Londrina

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| Foto: Pamela Destacio

"Sou fã da Nina, acho ela uma excelente performer. Esse trabalho, "Espaço do Silêncio", é uma homenagem às mulheres que foram assassinadas em casos de feminicídio e acho extremamente relevante para a sociedade. Acabamos de passar nessa semana, aqui na região, por um caso de feminicídio na escola, então acho importante a gente ter ações que relembrem as pessoas de que não está tudo bem agredir uma mulher, que matar uma mulher é, sim, um crime hediondo. O trabalho dela é muito importante nesse sentido porque faz essa homenagem às mulheres que foram assassinadas e que geralmente, pela mídia, não são lembradas, têm os seus nomes apagados, o nome do agressor valorizado, e aqui ela inverte essa lógica. Ela valoriza essas mulheres e diz como foram mortas. É importante que a gente saiba disso também, para sair de um campo do imaginário de que em briga de marido e mulher não se mete a colher, para entender que, sim, todos nós somos responsáveis pela segurança das mulheres e devemos nos posicionar diante de casos de violências de gênero, principalmente nesse momento em que vivemos com uma grande retrocesso de facilidade ao armamento da população e um aumento gigantesco dos feminicídios no Brasil."

Renata Santana, 42 anos, artista e produtora cultural - Londrina

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| Foto: Pamela Destacio

"Eu vim para Londrina para acompanhar a programação do FILO. Sobre o trabalho, fica mais nítido a cada dia que a violência só cresce, principalmente a questão do feminicídio. A gente está vendo uma sociedade muito doente e a intolerância tem crescido nos últimos anos, então ver esse trabalho é superimportante para a consciência das pessoas, sobre o que faz uma pessoa tirar a vida de outra, sobre querer ser dono de alguém, por conta do machismo que está instalado na nossa sociedade e que de ano em ano, geração em geração, isso infelizmente nunca muda."

Leandro Cardoso, 38 anos, artista - Itajaí (SC)

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| Foto: Pamela Destacio

"Estava passando pelo Calçadão e senti um estranhamento quando vi a atriz com várias cruzes no chão. Depois que eu fiquei sabendo do que se tratava, achei muito interessante e necessário, porque nos noticiários a gente sempre vê muitos casos horrendos de violência contra a mulher, por isso é importante ações como essa."

Rafael André, 26 anos, vendedor - Cambé (PR)

Supervisão: Célia Musilli/ Editora

A performer Nina Caetano apresentou Espaço do Silêncio nas ruas de Londrina
A performer Nina Caetano apresentou Espaço do Silêncio nas ruas de Londrina | Foto: Pamela Destacio
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| Foto: Folha Arte