Quando falamos em cinema, a primeira coisa que vem à nossa cabeça são as grandes produções hollywoodianas, cheias de drama, ação, efeitos especiais e finais românticos super felizes. Mas quando olhamos para a história do cinema brasileiro é perceptível como eram feitas as primeiras produções cinematográficas, que não tinham nada demais além de cenas do dia a dia, como foi retratado nos filmes "Chegada do Trem em Petrópolis" e "Bailado de Crianças no Colégio". Os primeiros filmes de ficção do país são do início do século XX e, normalmente, eram sobre crimes noticiados nos jornais. "Os Estranguladores", de Francisco Marzullo (1906) e "O crime da mala", de Francisco Serrador (1908) são exemplos desse período inicial.

O filme, "Acabaram-se os otários", de Luiz Barros, foi o primeiro longa-metragem com som reproduzido no Brasil em 1929. Vinte anos depois, o Brasil veria o primeiro filme nacional a vencer o Festival de Cannes, na categoria aventura: "O Cangaceiro" (1953), de Lima Barreto. As produções do Cinema Novo, a partir de 1950, procuravam trabalhar com críticas sociais, denunciando a pobreza da população brasileira, as desigualdades e os abusos do período da ditadura militar no país. As obras desse período foram alvo da censura por parte dos militares que procuraram investir em obras não politizadas.

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Espaço interno do Cine Teatro Municipal de Londrina na sua abertura, em 1956
Espaço interno do Cine Teatro Municipal de Londrina na sua abertura, em 1956 | Foto: NPDH/ UEL

Em Londrina, a primeira grande sala de cinema foi a do Cine Teatro Municipal, que abriu as portas ao público em 1940, e funcionou por 15 anos. Em 1956 o espaço foi reformado e renomeado como Cine Jóia, mas logo voltaria a sair de cena. Uma curiosidade do Cine Teatro foi que durante seu período de funcionamento, havia uma sessão exclusiva para as prostitutas. Elas eram proibidas de entrar nas sessões junto com as "pessoas de bem", devido ao excesso de moralismo da sociedade londrinense. Foi então que uma delas conseguiu negociar uma sessão, às 18h, para que elas pudessem ver os filmes na época.

Ao longo dos anos, diversas outras salas de cinema foram surgindo em Londrina, como o Cine Avenida (1940), Cine Londrina (1946), Cine Brasília (1958), Cine Augustus (1963) e outros. De todos esses que passaram pela história da cidade, um dos que teve maior tempo de funcionamento e que foi fundamental para o crescimento do cenário cultural de Londrina foram o Studio Con-Tour, que funcionou de 1973 a 1991, reabrindo as portas em 2005 até fechar em 2020.

O Cine Villa Rica retornou a sua programação no final de 2021
O Cine Villa Rica retornou a sua programação no final de 2021 | Foto: Divulgação/ Cine Villa Rica Londrina

O Cine Teatro Ouro Verde, outro marco da cidade e em funcionamento até hoje, abriu as portas ao público em 1952, com os principais filmes da época sempre em exibição. Tivemos também o Cine Villa Rica, que começou a funcionar em 1968 indo até 2001, e após passar por diversas reformas, reabriu ao público no final de 2021. Todos esses cinemas foram palco de muitos dramas, filmes de ação, produções nacionais e internacionais, levando o público para a frente das telonas com suas críticas sociais ou como um breve alívio cômico da realidade que muitas vezes não é fácil de ser encarada. Na atualidade, os shopppings centers concentram salas de cinema que transformam esses espaços em locais de múltiplo lazer.

São muitas pessoas, muitas histórias que passaram e ainda passam pelos cinemas que funcionam na cidade, todos com suas bagagens emocionais, experiências individuais, visões de mundos diferentes e cheios de momentos a compartilhar. O cinema no país, assim como em Londrina, sempre foi algo a ser desfrutado na singularidade, rico de talentos, produções que emocionam e trazem o olhar para a realidade e a ficção.

O Dia Nacional do Cinema é comemorado sempre no dia 19 de junho para lembrar da importância da nossa produção. Viva e celebre o cinema nacional e regional!

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Supervisão: Célia Musilli/ Editora

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