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Folha 2 5m de leitura

Barretos é a Nashville brasileira

ATUALIZAÇÃO
31 de dezembro de 1969

Cleide Cavalcante Agência Estado
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ReproduçãoBons de braçoAs provas da Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos contam pontos no badalado circuito mundialOs fãs do rodeio e da música country já começam a arrumar as malas. Barretos promove de 21 a 30 de agosto a sua tradicional Festa do Peão de Boiadeiro, com provas que contam pontos no circuito mundial. A cidade se transforma radicalmente nesse período, lembrando a agitada Nashville americana. Mais de 1,5 milhão de pessoas são esperadas durante os dez dias do evento. Na 43ª festa do gênero, serão distribuídos R$ 350 mil em prêmios (em dinheiro) para os melhores montadores de touro. Valor que, segundo os organizadores, é o maior já pago em festas de peão. Também serão distribuídas nove caminhonetes para os vencedores de outras categorias. A premiação milionária, é resultante de um investimento de R$ 10 milhões.
A Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos faz parte do circuito oficial do badalado campeonato internacional da Professional Bull Riders, cuja final acontece em Las Vegas. Durante o evento, o público também poderá vibrar com a final do circuito de touros e cavalos da Federação Nacional do Rodeio Completo (FNRC), com a presença dos melhores profissionais do Brasil. Os vencedores serão premiados com as caminhonetes, que representam cerca de US$ 370 mil em prêmios.
O clube ‘‘Os Independentes’’, que há 43 anos organiza a festa, também resolveu dar prêmios para os que conseguirem ficar mais do que oito segundos no lombo das montarias. A prova será aberta para concorrentes do Brasil e do exterior. O Parque do Peão, onde tudo acontece, fica numa área de 50 alqueires, com estádio projetado em forma de ferradura por Oscar Niemayer.
O megaespetáculo de Barretos se tornou referência para outros rodeios menores, espalhados pelo País. São mais de 500 durante o ano. A precursora das festas de peão foi criada em 1956, por iniciativa dos jovens fundadores do clube Os Independentes. A idéia inicial era a de angariar recursos para obras filantrópicas. Um fator que contribuiu para o crescimento do projeto inicial foi a localização da cidade, no norte paulista. Na época, era ponto de parada obrigatório para boiadas provenientes do Mato Grosso, Goiás e do Triângulo Mineiro, rumo ao Sul do País. Assim, a pequena festa dos rapazes foi ganhando notoriedade até entrar definitivamente para o calendário de eventos nacional.
E os números da Festa do Peão crescem a cada edição. Em 1997, o investimento foi de R$ 7 milhões, e o faturamento ficou em R$ 9,6 milhões, com público de 1,5 milhão de pessoas. Este ano, a expectativa de faturamento é de R$ 12 milhões, dois milhões a mais do que no ano passado. Segundo informações dadas pelo presidente do Clube Os Independentes, Flávio Silva Filho, o rodeio movimentação aproximadamente US$ 40 milhões na economia regional (o que engloba oito cidades próximas de Barretos). Essa receita é gerada pelo comércio, hotéis e restaurantes.
Embarcando no sucesso do mundo country o clube Os Independentes lançou uma grife, cujo logotipo já era conhecido e exibido em adesivos de carros. Atualmente, a coleção possui mais de cem itens, entre camisas, calças e complementos de vestuário. Como franquia, a marca já chegou, além de Barretos, nas cidades de Ribeirão Preto e São José do Rio Preto.

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