A pintura de um tucano brasileiro, inspirada numa foto do Pantanal matogrossense deixou o Brasil para ocupar um espaço num lodge do século XVIII em Shawlands Farm, em Winchester, no Reino Unido. A obra é assinada pelo arquiteto e artista plástico Christian Steagall-Condé, que já tem diversos quadros espalhados pelo mundo, sempre intermediados pela galeria britânica privada Saatchi International ART Gallery, que o representa no mundo. Quem adquiriu o exemplar foi um colecionador britânico, Gavin Royle.

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“Este colecionador britânico demonstra que um artista brasileiro pode entrar num mercado competitivo e bem estabelecido nas artes visuais, sem sequer estar presencialmente em mostras individuais ou exposições coletivas, então, o status da obra de arte em si é, muitas vezes, superior à persona autoral, ou seja, o culto vai para a obra e não para a personalidade e somente isto é muito bom para o mercado e para os colecionadores”, avalia o autor, Christian Steagall-Condé.

Um lodge, onde a tela será exposta, é uma espécie de casarão antigo, seja um castelo ou a sede de uma fazenda, transformado em casa ou algum tipo de meio de hospedagem, como hotel ou pensão. Isso significa que há possibilidade de um público além do círculo do colecionador ter acesso e contato com a arte londrinense.

Christian Steagall-Condé pintando a tela que foi para Winchester:ele tem outras obras  espalhadas por vários locais do mundo
Christian Steagall-Condé pintando a tela que foi para Winchester:ele tem outras obras espalhadas por vários locais do mundo | Foto: Divulgação

A obra levou 63 dias para ficar pronta. A tela, executada em acrílico sobre canvas de linho, foi inspirada em um tucano a partir de uma foto do Pantanal. “O mais comum quando os tucanos comparecem nas obras é sempre de modo integral ou em voos com as asas abertas, mas, desenvolvi um recorte intimista como se estivéssemos observando o animal de muito perto, sem perder toda a potência visual característica de sua exuberância cromática, numa vista perfeitamente lateral, com ênfase nos olhos que são muito enigmáticos”, explica.

OBRAS PELO MUNDO

Para Condé, esta é uma temática brasileira que repercute muito na Europa. Mesmo assim, o fato de um britânico ter comprado uma obra de arte como essa representa “principalmente a quebra da barreira cultural, onde ele encontrou o que o tocou como arte numa obra estrangeira”. Afinal, o colecionador tinha 1,4 milhão de opções de obras de arte de mais de 97 mil artistas. Mas, escolheu justamente a de um londrinense. “Mais do que uma conquista de divisas culturais para o Brasil, na prática, é quase inacreditável diante de cenários com esta escala, esta obra inédita ir permanentemente para a Inglaterra”, afirma.

O artista londrinense já tem diversas obras espalhadas pelo mundo, 15 no total, em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Dallas, New York (EUA), Boston (EUA), Vancouver (Canadá), Brisbane (Austrália), Berlim (Alemanha), Milão (Itália) e, agora, na Inglaterra. De acordo com ele, todos os compradores são colecionadores privados. A última aquisição de uma tela de Condé havia sido a obra “Brazilian Steampunk Woman”, comprada por um milionário russo na área de T.I., radicado em Seattle (EUA).