Há um ditado que diz: “o mais difícil não é chegar ao topo, mas se manter nele”. Isso porque há um alvo, e quando se atinge o objetivo nem sempre há uma fórmula para permanecer mantendo os mesmos resultados se não tiver criado um processo de renovação das ideias.

RIO DE JANEIRO, RJ, 08.03.2023: FLAMENGO-FLUMINENSE - Partida entre Flamengo e Fluminense, válida pelo Campeonato Carioca 2023, realizada no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, nesta quarta. (Foto: Thiago Ribeiro/Agif/Folhapress)
RIO DE JANEIRO, RJ, 08.03.2023: FLAMENGO-FLUMINENSE - Partida entre Flamengo e Fluminense, válida pelo Campeonato Carioca 2023, realizada no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, nesta quarta. (Foto: Thiago Ribeiro/Agif/Folhapress) | Foto: Thiago Ribeiro/Agif/Folhapress

O que mantém uma liderança são a criatividade, o inconformismo com o comum, se auto-surpreender, a inovação e a ousadia. A falta do medo de criar traz soluções inesperadas que mantêm os adversários em segundo plano. E vale para qualquer área.

Palmeiras e Flamengo são os melhores times do país nos últimos cinco anos. Das recentes edições do Campeonato Brasileiro, cada equipe venceu duas vezes. E tem sido assim também na América do Sul, com dois títulos para cada um, também nos últimos cinco torneios.

Mas o momento atual de cada equipe é bem oposto, e o resultado em campo tem muito a ver com a maneira com que cada gestão planeja seu clube. O time paulista se remodelou para seguir vencendo – ou ao menos disputando títulos – e fez gradativamente sem esperar ficar em defasagem para recuperar tempo. Jogadores foram saindo e outros chegando e o cerne do equilíbrio foi mantido: o técnico. De resto, muita coisa mudou.

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O Palmeiras, neste passado recente, teve em Felipe Melo a experiência, que já deixou o clube; teve a jovialidade de Patrick, que também já saiu; Dudu era ídolo e mesmo assim saiu, e já voltou; Rony chegou reserva e hoje é peça-chave; Scarpa chegou em litígio e deixou o time reverenciado; Luiz Adriano foi importante, mas também passou; Raphael Veiga e Gabriel Menino vão se fortalecendo neste elenco que se adapta a cada temporada.

Já o Flamengo não olhou para frente. A base do time continua sendo Gabigol, Éverton Ribeiro e Arrascaeta, sem o time conseguir se estabilizar se esses jogadores não estiverem bem. Ficou refém de um modelo de jogo e as contratações não se justificaram: Marinho, Éverton Cebolinha, Vidal e Pulgar. E mais: Vitor Pereira é o sétimo técnico desde 2019.

A pressão que o rubro-negro vive é fruto da falta de planejamento, e não há como consertar com um novo técnico ou contratações emergenciais. É preciso modelo de gestão e de jogo atualizados e que vão levar tempo para, depois de implantados, colher resultados. Para voltar a “voar”, o Flamengo precisa aterrissar, planejar a rota e se fortalecer para alçar novos voos, ou seguirá vivendo constantes tempestades.

A opinião do colunista não reflete, necessariamente, a da FOLHA