Em um cenário de incerteza financeira em relação à Série B do ano que vem, o gestor do Londrina, Sérgio Malucelli, tenta convencer o técnico Adilson Batista a permanecer no clube para o Brasileiro da próxima temporada. O acordo seria para o treinador retornar após o Campeonato Paranaense, em que o LEC será comandado pelo técnico Edinho.

Para Malucelli fica inviável jogar a série B sem recursos da TV: "Nós também não vamos disputar, não tem como"
Para Malucelli fica inviável jogar a série B sem recursos da TV: "Nós também não vamos disputar, não tem como" | Foto: Ricardo Chicarelli/LEC

Em entrevista coletiva, Malucelli afirmou que está conversando com o treinador e se mostrou otimista quanto a uma possível continuidade do comandante. "Temos conversado e existe uma possibilidade muito grande dele continuar, não no Paranaense, mas ele voltaria para o Brasileiro. Como já definimos, o Edinho vai fazer o Estadual e o Adilson retornaria ao final do Paranaense", frisou o gestor.

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Adilson Batista passou por uma cirurgia no joelho na segunda-feira e não comanda o LEC na reta final da Série B. Nas vezes em que foi questionado sobre a possibilidade de seguir no clube, o treinador respondeu de forma lacônica e que resolveria o futuro apenas após se recuperar da cirurgia. Nas duas últimas partidas da Série B, o Tubarão será comandado pelo auxiliar Cyro Leães.

O Londrina fez um planejamento parecido ao desejado agora pelo gestor em 2019 e o resultado foi o rebaixamento para a Série C. Naquele ano, Alemão iniciou no comando no Paranaense e Roberto Fonseca, que estava "emprestado" ao Novorizontino, retornou para a Série B. Fonseca ficou apenas um jogo no comando - derrota de 4 a 0 para o Bahia pela Copa do Brasil - e Alemão voltou à equipe. Após um bom início, o LEC foi caindo de rendimento ao longo da Série B, trocou de treinador outras três vezes e acabou caindo de divisão.

"Um pouco de medo dá", reconheceu o gestor Sérgio Malucelli. "Mas as circunstâncias nos levam a isso. O Paranaense é deficitário e não temos outra arrecadação a não ser a cota da Série B, que também não está garantida. Temos que trabalhar dentro da nossa realidade".

INDEFINIÇÃO

O gestor do LEC mostrou uma preocupação muito grande com as indefinições sobre as cotas de transmissão da Série B para 2023. O atual contrato com a Globo vence este ano e a emissora já informou à CBF e aos clubes que não tem interesse em renovar nas mesmas condições. Atualmente, a emissora transmite todos os jogos da competição e os clubes receberam algo em torno de R$ 8 milhões pelos direitos de transmissão. No modelo desejado pela Globo, não haveria a transmissão de todas as partidas.

"Hoje a Série B não tem cota nenhuma para o ano que vem. A conversa está se estendendo mês a mês e não tem nenhuma definição até agora. Hoje estamos no escuro e a própria CBF ainda não se posicionou, o que eu acho um absurdo. Estamos a dois jogos de acabar o campeonato e ninguém pode fazer um planejamento porque você não sabe o que terá para o ano que vem", criticou Malucelli.

De acordo com o gestor alviceleste, os clubes têm se reunido e cobrado uma posição da CBF, já que sem as cotas de TV várias equipes poderiam ter dificuldade em participar da competição. "Ouvi uma declaração do presidente da Chapecoense de que se não tiver cota não vai jogar a Série B. Muitos clubes vão seguir este mesmo caminho e até nós mesmos. Nós também não vamos disputar, não tem como", apontou.

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