Londrina está fora pelo segundo ano consecutivo do calendário da principal categoria do automobilismo brasileiro. A Stock Car divulgou as provas de 2022 e nenhuma delas será disputada no Autódromo Internacional Ayrton Senna. A ausência é consequência do péssimo estado de conservação da pista londrinense.

Imagem ilustrativa da imagem Abandonado, Autódromo fica novamente fora do calendário da Stock Car
| Foto: Gustavo Carneiro/Folha de Londrina

Inaugurado em 1992, o autódromo tem sofrido com a falta de manutenção e reparos e tem sido alvo constante de furtos e depredações. Há falta de fiação elétrica, lâmpadas nas cabines e boxes, maçanetas, além de portas danificadas e vidros quebrados. A cerca em torno da pista - constituídas de paliteiros de concreto - tem vários pontos avariados e que permitem fácil acesso a parte interna. Apenas um vigia trabalha durante o dia para cuidar de uma área onde só o circuito tem mais de três quilômetros.

"O autódromo está abandonado", ressalta o ex-piloto e organizador das 500 Milhas de Londrina, Beto Borghesi. Em outubro, a prova chegou a sua 29ª edição e muito problemas foram enfrentados pelos organizadores para que a competição pudesse ser realizada. "Grande parte da fiação havia sido furtada, não havia lâmpadas nos boxes e nem na parte externa. Muitas portas arrebentadas e mato alto. Precisamos colocar seguranças particulares durante a semana toda para que não tivéssemos nenhuma surpresa desagradável até o dia da corrida", frisou.

A Stock Car terá 10 etapas no ano que vem e nenhuma delas será no Paraná. A categoria organiza ainda outras três competições - Stock Series, Fórmula 4 e Turismo Nacional - e nestas também não há agenda para Londrina. Por outro lado, a Copa Truck, que não correu em Londrina em 2021, confirmou uma etapa para o Autódromo Ayrton Senna no dia 10 de julho.

Privatização

A alternativa encontrada pela prefeitura de Londrina para tentar resolver os problemas do autódromo é o recém lançado Programa de Concessões e Parcerias do Município de Londrina. O objetivo é criar condições para que a iniciativa privada assuma locais públicos, como parques e espaços esportivos, e faça as adequações necessárias.

De acordo com o município, será utilizado o modelo de Sondagem de Mercado para definir os detalhes do futuro projeto de concessão do autódromo. A previsão é que ao longo de 2022 o município concretize as primeiras parcerias.

"Desde a inauguração sempre fui a favor da terceirização. É preciso estipular um cronograma de obras e reformas para que as condições melhores e voltemos a receber grandes eventos. Hoje estamos ficando para trás", ressalta Beto Borghesi, que lembra que Londrina poderia aproveitar o fato do encerramento das atividades do autódromo de Curitiba e absorver todas as provas no Estado.

Atualmente as principais categorias do automobilismo brasileiro tem optado por autódromos mais novos e administrados pela iniciativa privada, o que deixa pistas como a de Londrina em segundo plano. "Se você perguntar para dez pilotos, todos gostam e querem correr aqui. Temos um autódromo perto do centro, de fácil logística e próximo ao aeroporto. Agora ninguém vai querer trazer evento para cá com o autódromo todo quebrado, com o asfalto esfarelando como está o nosso, sem conforto para o público", finalizou Borghesi.

A FOLHA procurou a FEL (Fundação de Esportes de Londrina), que administra o autódromo, mas não conseguiu contato com o presidente Marcelo Oguido.

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