A comodidade de receber em casa ou no trabalho a refeição desejada é hábito de muitos brasileiros. A figura do entregador é essencial nesse processo e, com o propósito de levar cada vez mais a educação para apoiar seus parceiros com oportunidades de desenvolvimento, em 2022 mais de 65 mil entregadores cadastrados e ativos na plataforma do iFood participaram de cursos.

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O objetivo é promover aprendizados em gestão financeira, empreendedorismo, legislação no trânsito dentre outros temas, além de terem acesso a bolsas de estudo para formação no ensino médio, capacitações em tecnologia e o ensino da língua inglesa.

Uma das demandas tem sido por cursos de preparação para o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos, o Encceja. Em parceria com a Descomplica e com a empresa Termine seus Estudos, o iFood passou a oferecer bolsas de estudos para os entregadores e as entregadoras se prepararem para a prova, cujo teste dá direito ao certificado de conclusão (ou diploma) do Ensino Fundamental ou do Ensino Médio.

Foram mais de 5 mil inscritos em 2022. “Investimos muito em educação e queremos incluir e promover também mais oportunidades para os entregadores se desenvolverem", explica Luanna Luna, head de educação no iFood. A alta demanda responde a uma necessidade identificada pela plataforma em uma pesquisa realizada com os trabalhadores cadastrados. Cerca de 28% dos entregadores que rodam no app ainda não concluíram essa etapa de formação escolar.

Luanna Luna, head de educação no iFood: “Investimos muito em educação e queremos incluir e promover também mais oportunidades para os entregadores se desenvolverem"
Luanna Luna, head de educação no iFood: “Investimos muito em educação e queremos incluir e promover também mais oportunidades para os entregadores se desenvolverem" | Foto: Divulgação

Além disso, já foram disponibilizadas 2.380 bolsas de estudos em tecnologia específicas para entregadores, como programação. "O objetivo é dar acesso a todos que queiram se especializar nessa área, olhando para oportunidades nesse mercado para o futuro profissional", informa Luna.

PROGRAMA VAMO AL TEM VAGAS ABERTAS

Uma das iniciativas do iFood é o Programa Vamo AI: uma bolsa de tecnologia para formação gratuita em ciência de dados a grupos de perfis sub-representados. Trata-se de democratizar o conhecimento, promover inclusão, diversidade e aumento de renda. A iniciativa, em parceria com o Resilia e que faz parte do Potência Tech, uma plataforma de capacitação para apoiar a formação de profissionais na área de tecnologia com cursos e bolsas de estudo na área, busca impactar a vida de pessoas de grupos sub representados de todo o Brasil.

Até o momento, a plataforma já atraiu cerca de 39 mil pessoas e concedeu mais de 14 mil bolsas de estudos até o momento. Os entregadores interessados devem apenas possuir computador ou notebook próprios e acesso à internet. O programa é 100% online, com aulas 4 vezes por semana (segundas à quintas). Para se inscrever, basta clicar aqui

DISCUSSÃO SOBRE TRÂNSITO E SEGURANÇA

De acordo com a assessoria de comunicação da empresa, sobre a imagem dos entregadores no trânsito há um trabalho incansável. Em cidades como Londrina o iFood atua de forma integrada às prefeituras municipais para estimular e aumentar a segurança e cuidados no trânsito.

Em 2020, o iFood em parceria com Prefeituras e SAMU de todo o país, desenvolveu o projeto Anjos de Capacete, programa que capacita entregadores para atuar em primeiros socorros e segurança no trânsito. O projeto “Anjos de Capacete”, que ocorreu em diferentes cidades ao longo de todo o ano aborda segurança viária, primeiros socorros e como proceder em casos de acidente, esteja ele envolvido diretamente ou não.

Assim, segurança viária no Brasil é um desafio para além do delivery e o iFood entende que é essencial que haja uma união de esforços entre as plataformas e os municípios. Acerca dos benefícios oferecidos, o iFood tem se comprometido em oferecer soluções e promover melhorias aos entregadores.

Desde 2019, a empresa oferece seguro de acidentes pessoais com cobertura médica, odontológica e hospitalar, além de seguro para casos de invalidez e morte. Atualmente, o benefício contempla coberturas que garantem que o entregador tenha o atendimento necessário e resguarda sua família, evitando a sobrecarga no Sistema Único de Saúde, incluindo acidentes pessoais, invalidez parcial ou Permanente e Morte Acidental, lesão temporária, auxílio funeral, entre outros.

Todas as medidas visam as melhorias das condições de trabalho dos entregadores para um modelo mais justo.

Modelo de negócio ainda está em evolução


Maurício Chiesa Carvalho, gestor de RH, faz um contraponto sobre os serviços de entrega

Em 2022, um estudo em 27 países, coordenado pelo Oxford Internet Institut e pelo WZB Berlin Social Science Centre e divulgado pela BBC Newns Brasil apontou que plataformas de serviço digitais brasileiras como Uber, 99, iFood, Rappi e Get Ninjas não oferecem boas condições de trabalho.

Nenhuma plataforma brasileira obteve mais de 2 pontos, em um máximo de 10, em avaliação baseada em cinco princípios de trabalho justo: remuneração, condições de trabalho, contratos, gestão e representação. Segundo os pesquisadores do projeto Fairwork, o resultado brasileiro é semelhante ao de outros países da América Latina, como Chile e Equador, mas pior do que o de continentes como África, Ásia e Europa, onde há plataformas com notas altas, como 7 ou 8 pontos, do total de 10.

O relatório afirma: “As plataformas podem optar por reduzir as desigualdades e o desemprego. No entanto, a pontuação anual do Fairwork Brasil fornece evidências de que os trabalhadores por plataformas, como em muitos países do mundo, enfrentam condições de trabalho injustas e sofrem sem proteções”.

A discussão permeia a questão do trabalho decente, termo cunhado em 1999 pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) e faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU (Organização das Nações Unidas). Trabalho decente não é apenas a quantidade de trabalhadores ou desempregados, mas a qualidade desse trabalho, inclusive, sob o aspecto da qualidade de vida no trabalho.

A legislação trabalhista, por sua vez, ainda possui limitantes ou itens que não foram totalmente pacificados. A diferença entre as notas também obtidas na pesquisa em 2022, reflete, tanto a diferença de legislação social e do trabalho quanto a própria característica cultura, social e econômica.

Devido a tal revolução tecnológica, veio o sucesso e a crescente adesão por parte da sociedade a esse modelo de negócio pela pandemia, o sustento de diversas famílias foi oriundo da atividade de entrega, que cresceu significativamente por meio do delivery. Mas não de modo sustentável.

Não se trata da atividade ou de características dela, mas sim das condições de trabalho. Além de uma releitura da legislação, para garantir a sustentabilidade da relação capital-trabalho, precisa-se olhar tudo com mais cautela. Mas isso não depende apenas de trabalhadores e empresas. A discussão está no cerne de quem deve ou pode “flexibilizar” mais. Ou, na união de todos para o bem comum. Nas nuances da Teoria Z de Willian Ouchi permeia o compromisso e comprometimento de pessoas, organizações, sociedade e sindicatos para o atingir do objetivo comum e a de todas as partes.

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