Confeitaria: cada vez mais, uma doçura de negócio

Uma receita que agrada a família, chega aos amigos mais próximos e, no boca-a-boca, passa a receber encomendas de diferentes partes. Esse é um dos caminhos de alguns negócios do ramo alimentício que se originam na cozinha de casa, de modo tímido - talvez despretensioso e que ganham proporções motivadoras e até se transformam em cases de sucesso no mundo corporativo.

No mercado desde 2015, a trajetória da Boleria Londrinense é tão inspiradora como promissora. À frente da empresa estão Claudete Farias e Caique Farias, mãe e filho - ela no administrativo, ele na produção e área operacional. Sem saber ligar direito um forno, Caique investiu R$15 reais em ingredientes para fazer um bolo de fubá, receita de sua mãe. Foi só o começo.

O jovem agiu, perdeu a vergonha de oferecer seu produto para venda e, com confiança, passou a fazer também brownie tradicional. De bicicleta ou a pé, percorria a vizinhança. Curioso e em busca de aprimoramento, fez dos canais do YouTube fontes de conhecimento. No primeiro ano de trabalho, o empreendedor somou R$ 10 mil reais e projetou a sua primeira cozinha industrial. "Todo dinheiro veio dos bolos", recorda.

Com a freguesia feita, os bolos de fubá, chocolate, milho e iogurte deram fôlego à Boleria Londrinense. Em 2017, os brownies passaram a ganhar mais atenção de Caique e, para otimizar a produção, investiu em equipamentos, numa nova cozinha industrial e, curiosamente, o brownie passou a ser o carro-chefe da Boleria.

Com textura e sabor equilibrados, o brownie do Caique conquista e é totalmente artesanal. Do bolo pretinho e quadrado, até as bordas têm proveito - e são vendidas em potes dada sua massa tão apreciada. Na toada do investimento, a dupla investiu em uma máquina de embalar os bolos. "São 80 por minuto", explicam. E o pensamento visionário não para por aí: "Troquei meu corsa por uma batedeira capaz de suportar 40 quilos de massa".

Castanha, nutella, três chocolates e morango são versões gourmet. Com o tempo, também ganharam a preferência entre consumidores de pontos de venda e também de encomendas corporativas e para eventos sociais. Com um plus: o respeito de empresários do setor de alimentos de diferentes tipos dado o interesse, a qualidade do mix e a humildade de Caique e Claudete. "Eu mantenho consultoria com o Sebrae, com quem aprendi desde a precificação, gosto de aprender, conhecer a história de pessoas empreendedoras e cresço com todas elas", alegra-se o londrinense.

DAS RECEITAS AO ESTRELATO

Até que chegue o momento de colocar a cereja do bolo, o bom confeiteiro sabe que a base é indispensável. Não foi sorte ou acaso que fizeram chegar às mãos da chef londrinense Carolina Rocha o troféu de primeiro lugar no programa "Que Seja Doce", exibido pelo canal GNT, reconhecimento cobiçado por experts da confeitaria no ano de 2017.

Com 25 anos anos de atividade, Carol atua como chef executiva do Aguativa Resort onde lidera um equipe de 70 profissionais e sabe de sua responsabilidade como gestora e também perante o público. Seu destaque no "Que Seja Doce" serviu de celebração e confirmou uma trajetória genuína da londrinense.

Formada em Jornalismo pela UEL (Universidade Estadual de Londrina), chef Carol Rocha é especializada em Confeitaria atua como professora universitária, oferece treinamentos, prepara cursos livres personalizados presenciais e online, é consultora empresarial na área de Gastronomia e Confeitaria e desde a infância ajudou os pais na primeira marmitaria que abriram na cozinha de casa.

Interessada, desde menina esperava a hora que os programas de TV mostravam receitas porque tinha vontade de aprender. Embora a mãe não gostasse de cozinhar, a necessidade a levou a cozinhar para fora. Carol cresceu nesse meio e além de observar todo o processo ajudava os pais atendendo telefone e embalando saladas, doces - aos 10 anos de idade.

A prosperidade chegou, a família abriu um restaurante formal e Carol passou por todas as praças de um restaurante. Sem um curso em sua área e mesmo sem o prestígio profissional, concluiu Jornalismo, mas nunca tirou os olhos, o coração e a consciência de que a cozinha, lugar em que permite criar e empreender, era o seu verdadeiro lugar. "Mas na época, era um castigo para quem não deu certo na vida e só restava esquentar a barriga no fogão".

Com o apoio dos pais, Carol fez imersão no curso intensivo de chef de cozinha no ICIF- Italian Culinary Institute For Foreigners, um instituto de culinária italiana para estrangeiros localizado no Rio Grande do Sul. De volta a Londrina, passou dar aulas de Confeitaria no Senac e na Menu Escola de Gastronomia, onde muitas pessoas de Londrina e região tiveram a oportunidade de aprender com ela.

Além do apreço por uma formação técnica, Carol guarda ensinamentos de sua família. "Vai filha, faz mais do que te pagaram", é uma de suas lições para todos os dias de trabalho. "Fui atrás do meu sonho de viver da Gastronomia, pois eu sempre acreditei na importância da gastronomia para a sociedade. É uma profissão difícil, mas que abraça todo mundo, dá um leque de opções para ganhar dinheiro."

Carol vivia na barra da saia da avó baiana e isso traz consigo. Ela considera que sua versatilidade tanto na cozinha quente como na confeitaria abriu muitas portas. "Eu observo que a área cresceu e hoje é valorizada, mas faltam profissionais que cozinhem com prazer, pois alguns escolhem por necessidade e não vocação. Eu penso que primeiro temos que escolher a vida que a gente quer e depois a carreira que cabe nela. A vida que eu quero é de inovação, de criar coisas todos os dias. Eu não me encaixaria dentro de um escritório fazendo sempre as mesmas coisas porque eu gosto de exercer a criatividade e na cozinha e me sinto realizada", divide.

CONFEITARIA FRÜHLING COMEÇOU NA COZINHA DE CASA

Pequenos passos e persistência levam longe. Esse exemplo vem da maior indústria de panificação ultracongelada do Paraná, o grupo Doce D’ocê, com sede localizada em Chopinzinho, que soma 30 anos de atuação. Com outra proposta, o grupo traz ao mercado mais perspectivas para os profissionais de gastronomia, assim como os degustadores: é a inauguração de duas confeitarias finas, batizadas de Frühling, dando início ao seu projeto de expansão e para aportar em 2023 no mercado de franquias.

Com espaço aconchegante e ampla variedade de bolos e tortas, inspiradas na rica confeitaria alemã, a capital paranaense faz um convite especial a todos com essa doce novidade. A marca de confeitaria fina inaugurou as unidades nos bairros Batel e Bom Retiro e tem contado com o prestígio do público.

A primeira loja da marca está em funcionamento no interior do estado, em Pato Branco, no PB Shopping. Mas a origem da empresa data de 1993, quando Noeli Alves Bazanella com auxílio do seu esposo Carlos, começaram a comercializar pizzas, salgados e bolos feitos na própria casa.

A proposta da confeitaria inclui uma explosão de sabores, porções generosas, delicadeza nas texturas, curitibanos e turistas que amam bolos e tortas. O destaque das lojas é para os bolos e tortas, e uma das opções diferenciadas do menu é o Bolo de Café, que é feito com massa pão-de-ló de chocolate meio amargo, recheado com creme aerado de leite condensado cozido e café, com cobertura de chocolate cremoso saborizado com café.

Para a fundadora, esse é um momento especial. “Trabalhamos muito no projeto de abrir essas duas lojas aqui em Curitiba. E queremos proporcionar algo diferente, onde as pessoas possam se sentir especiais e únicas, e isso é algo grandioso. Investimos no treinamento do nosso time para receber a todos com muito amor e carinho, para que os nossos clientes sejam sempre bem acolhidos e possam viver uma experiência única, porque esse é um dos propósitos da Frühling”, expõe Noeli Bazanella.

SERVIÇO:

Instagram: @bolerialondrinense; @chefcarolrocha; @fruhlingbolosetortas

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