Uma funcionária da Vikstar divulgou à imprensa nesta terça-feira (8) uma carta aberta supostamente assinada pelos cerca de mil funcionários dos setores administrativos da empresa denunciando descumprimento do PDI (Programa de Demissão Incentivada), fruto de acordo firmado entre a contact center, a operadora Telefônica e os sindicatos de trabalhadores em telecomunicações.

Imagem ilustrativa da imagem Trabalhadores da Vikstar divulgam carta denunciando descumprimento de PDI
| Foto: Glenn Carstens-Peters/Unsplash

O acordo foi firmado para garantir que, diante das inevitáveis demissões após encerramento de contrato entre a contact center e a Telefônica - única cliente da empresa -, os trabalhadores da Vikstar recebessem as verbas rescisórias e tivessem seus direitos garantidos. A contact center tinha cerca de 8 mil funcionários em Londrina, e também nos estados de São Paulo e Piauí. Só na cidade, eram 1.200.

Entretanto, após o início das demissões e a adesão ao PDI, funcionários dos setores administrativos da contact center afirmam que ainda não receberam os acertos. A justificativa, segundo os trabalhadores, é que eles não seriam reconhecidos como funcionários que prestavam serviços exclusivamente para a Telefônica dentro do ambiente da Vikstar.

Uma das cláusulas do PDI diz que são elegíveis ao programa trabalhadores da contact center alocados na atividade de Call Center e Televendas da operação da Telefônica, descritos em lista que seria encaminhada pela operadora, com contrato ativo e/ou suspenso no ato do aceite ao presente Programa de Demissão Incentivada e pertencentes à categoria do sindicato que fez parte do acordo. Também fariam parte do PDI aqueles que tiveram seu contrato rescindido pela Vikstar ou a pedido, nos últimos meses, mas que até então ainda não haviam recebido as verbas rescisórias.

Na carta, os trabalhadores destacam que, no acordo firmado no dia 17 de maio, "todos os colaboradores que prestassem serviços para a Telefônica Vivo estariam inclusos no acordo de desligue". "Isso abrange, além dos operadores e supervisores, a linha de frente do atendimento, aqueles que eram considerados das áreas de apoio para que toda engrenagem da operação pudesse funcionar", continua o documento.

Entretanto, conforme o texto, os funcionários administrativos foram surpreendidos ao receberem a notícia de que não receberiam as verbas rescisórias. "Além de enfrentar uma pandemia, nós também estamos enfrentando o desemprego e a impunidade do não cumprimento de um acordo", ressaltam.

"Lembramos que sem as áreas de tecnologia, planejamento, auditoria, comunicação, limpeza e muitas outras que compuseram a empresa ao longo de nove anos, não haveria a possibilidade de ter a área de operações. Uma complementa a outra, portanto, é de entendimento de todos, que todas as áreas prestaram serviços para a Vivo", salienta o documento.

Por fim, os trabalhadores fazem um apelo para que o PDI seja cumprido. "Quem sabe assim, essas famílias possam retomar sua dignidade social e profissional."