Imagem ilustrativa da imagem Solução para a Sercomtel sai em 45 dias, diz prefeito


Em 45 dias, a Prefeitura de Londrina e a Copel (Companhia Paranaense de Energia) vão apresentar uma solução definitiva para a Sercomtel. E essa solução, segundo o prefeito Marcelo Belinati (PP), passa por novos investimentos que a Copel fará na telefônica.
Tendo completado 50 anos na semana passada, a Sercomtel vive dias de incerteza. Devido a uma crise financeira que se arrasta há vários anos, a empresa é alvo de processo movido pelo órgão regulador das telecomunicações, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). E pode perder a licença para continuar no mercado. O órgão espera que os sócios apresentem uma solução até outubro. Caso contrário, a operadora pode inclusive ir a leilão.
A Prefeitura detém 55% e a Copel, 45% das ações ordinárias (com direito a voto) da Sercomtel. O último balanço publicado no site da telefônica, referente a 2017, mostra passivos de R$ 66,640 milhões de curto prazo e de R$ 163,456 milhões de longo prazo, com vencimento em mais de 12 meses. O total oficial de dívidas da empresa, a maior parte com impostos e ações judiciais, é de R$ 230,094 milhões. Mas pode ser bem maior se considerados todos os processos movidos contra ela. A receita bruta da empresa no ano passado foi de R$ 285,593 milhões. O balanço mostra ainda prejuízos acumulados de R$ 179,637 milhões.

Crise financeira levou a Sercomtel a ser alvo de processo movido pela Anatel: empresa pode perder a licença para continuar no mercado e até ir a leilão
Crise financeira levou a Sercomtel a ser alvo de processo movido pela Anatel: empresa pode perder a licença para continuar no mercado e até ir a leilão | Foto: Marcos Zanutto
[/center NOVO CENÁRIO O prefeito admite que havia uma resistência da companhia estadual em fazer novos investimentos na Sercomtel. Mas alega que o resultado de uma consultoria internacional contratada pela Copel para estudar a situação da telefônica acabou com essa resistência. O novo governo de Cida Borghetti (PP) também teria contribuído para a busca de uma solução conjunta entre as duas empresas. "Percebemos que o processo acelerou", afirma. A Copel não divulgou o resultado da consultoria e tampouco comenta a situação da Sercomtel. LEIA TAMBÉM: - Minoritários se organizam para investir na empresa Em seu último relatório trimestral, a estatal de energia faz referência à possibilidade de a Sercomtel precisar de contribuições financeiras adicionais de seus acionistas. E diz que, diante das "perdas acumuladas e das incertezas" quanto à viabilidade da telefônica, os investimentos foram baixados das demonstrações financeiras em 2013. CONTROLE ACIONÁRIO De acordo com Marcelo Belinati, o modelo que será adotado pela Copel para investir na Sercomtel ainda não está definido. Ele sustenta que a solução não significa necessariamente que a companhia estadual se torne sócia majoritária da telefônica. "O modelo ainda está sendo analisado. Mas o importante é que, com a parceria, a Sercomtel vai manter-se em Londrina e continuará gerando emprego, renda e tributos na cidade", afirma. Hoje, uma lei municipal dificulta que a Copel ou qualquer outro sócio tenha mais que 50% das ações da Sercomtel. Para que isso ocorra, é necessário que a população aprove o negócio em plebiscito. Para ter chances de sobrevivência, a operadora de telefonia precisa fazer pesados investimentos. Belinati diz que esses recursos serão viabilizados pela Copel. "A Sercomtel precisa de investimentos altos para ter tecnologia 4G, para levar fibra ótica para os bairros da cidade, e ofertar internet de 100, 200 megas como a Copel Telecom oferta ao seus clientes", diz o prefeito.