A compra online, já era uma tendência com os avanços tecnológicos. Mas, com a pandemia do novo coronavírus, os consumidores foram afastados das lojas físicas e migraram para o comércio online, fazendo com que esse setor tivesse um crescimento expressivo. De acordo com uma pesquisa feita pela NeoTrust - empresa de Data Intelligence que monitora o e-commerce brasileiro - em 2020, foram 301 milhões de compras realizadas online no Brasil, uma alta de 68,5% comparado com 2019.

Imagem ilustrativa da imagem Quais os golpes mais comuns na Black Friday e como evitá-los?
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O e-commerce brasileiro segue em alta em 2021, com um faturamento 37,6% maior no primeiro semestre em comparação com o mesmo período de 2020. Com crescimento tão expressivo, o número de golpes online também aumentou. A uma semana da Black Friday, que acontece no dia 26 de novembro, a tentativa de fraudes deve acompanhar o crescimento do e-commerce e aumentar em 52% em relação ao ano passado, segundo pesquisa divulgada pela empresa ClearSale.

PHISHING

É comum na Black Friday que criminosos utilizem do phishing para fisgar os clientes, que estão a todo vapor procurando pelas melhores ofertas. “ Os phishings são iscas para atrair os usuários de internet, via e-mail ou via SMS, para obter seus dados pessoais e sigilosos”, explica Silvia Gomes, consultora em TI (Tecnologia da Informação) e LGDP (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais). Gomes alerta que, muitas vezes, em um momento de distração, as pessoas acabam clicando em links de propagandas que recebem, já que, geralmente, elas são muito convidativas e oferecem descontos e oportunidades incríveis.

O phishing também pode ocorrer quando o usuário recebe algum e-mail ou SMS relatando a confirmação de uma compra ou informando um problema com o suposto produto comprado, mesmo que a vítima nunca tenha feito encomenda alguma. Os links enganosos também podem aparecer via WhatsApp, com mensagens enviadas por pessoas conhecidas da vítima e que tiveram suas contas clonadas. É ainda mais propenso desse tipo de golpe ocorrer no WhatsApp, já que as vítimas se tornam mais inclinadas a clicarem em links enviados em uma conversa já iniciada com um conhecido.

Por isso, a recomendação é que o usuário nunca clique em links suspeitos e não responda as mensagens recebidas por SMS ou WhatsApp. Caso receba algum e-mail sobre um problema que ocorreu na compra de algum produto, confira no próprio site em que a compra foi realizada ao invés de clicar no link do e-mail.

Outro golpe muito comum, que também não deixa de ser outra modalidade de phishing, é o do site falso. Os golpistas criam um site falso com exatamente o mesmo layout da página oficial de um legítimo, levando o consumidor a acreditar que ele está fazendo uma compra segura e forneça seus dados de cartão. A diferença entre o legítimo e o falso está na URL do site, por isso é importante verificar possíveis trocas de letras no endereço eletrônico. Gomes também relembra a necessidade de verificar se o site é seguro, “tem um cadeado na lateral com certificado SSL acesso aos sites https://”.

BLACK FRAUDE

O golpe clássico da Black Friday, mas que ainda acontece, é a fraude nos preços. Muitas lojas aumentam o preço do produto semanas antes da Black Friday e, quando chega o evento, colocam o mesmo preço que estava antes de aumentarem. Nesse caso, os consumidores estão pagando o valor normal do produto, sem desconto algum. A recomendação feita por Gomes é “pesquisar muito bem antes para ver se é realmente uma promoção com vantagens”.

A consultora dá outras dicas gerais para o consumidor aproveitar a Black Friday com segurança: não comprar de fornecedores desconhecidos, desconfiar de preços muito inferiores ao mercado, procurar pagar as compras online com cartões virtuais, boletos ou PIX, justamente para não deixar dados dos cartões de crédito cadastrados. Quanto a entrega do produto, Gomes recomenda ficar atento ao prazo e, principalmente, a empresa que vai realizar, já que, ultimamente, as lojas, que possuem o fornecedor conhecido, contratam outras empresas desconhecidas para a entrega.

DICAS BÁSICAS DE SEGURANÇA DIGITAL

Em uma Cartilha de Segurança Digital, o Comitê de Antifraude da Câmara Brasileira da Economia Digital (camara-e.net) passa algumas orientações básicas para evitar cair nos golpes dos cibercriminosos. Entre as principais estão o cuidado com as senhas – não compartilhar com ninguém, utilizar combinações fortes de letras maiúsculas e minúsculas, número e caracteres especiais e usar senhas diferentes.

Também faz um alerta para ligações, e-mails, mensagens e links desconhecidos. Caso receba alguma mensagem ou contato de supostos bancos e lojas, procure a Central de Atendimento, não acesse os links ou passe os dados por ligação. Aliás, quando se trata de problemas com a conta bancária, o próprio banco nunca envia e-mails ou SMS informando que sua conta foi invalidada e pedindo para confirmar seus dados.

Uma tecnologia aplicada recentemente e que parece estar ajudando é o duplo fator de autenticação. Por isso, quando houver possibilidade, ative-o nas contas de e-mails, aplicativos e redes sociais. Caso já tenha caído em um golpe, a recomendação é entrar em contato com a empresa real e denunciar. Também procure juntar o máximo de informações possível e faça um Boletim de Ocorrência.

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