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FINANÇAS 5m de leitura

Na hora de investir, poupador deve avaliar contexto econômico

Inflação alta e juros em elevação devem ser considerados na hora de decidir a modalidade de aplicação financeira, orienta economista

ATUALIZAÇÃO
23 de junho de 2021

Simoni Saris - Grupo Folha
AUTOR

 Em tempo de inflação alta e juros em elevação, o investidor deve procurar por fundos que protejam os recursos
 

Investir dinheiro para realizar um sonho, para ter reservas em uma situação de emergência ou para uma vida mais tranquila no futuro. Seja qual for o objetivo, é preciso analisar todas as possibilidades de aplicação financeira que o mercado oferece, considerando o atual momento econômico do país. Em tempo de inflação alta e juros em elevação, o investidor deve procurar por fundos que protejam os recursos. Independente da escolha, vale a antiga recomendação dos especialistas, de nunca aplicar todas as economias em uma única modalidade, a fim de resguardar o capital de possíveis riscos, como queda repentina na taxa de rendimentos ou baixa no mercado acionário. 

Economista e professor da Faculdade Pitágoras em Londrina, Elcio Cordeiro destaca a tendência de alta na taxa básica de juros, a Selic, que até o final do ano deve estar entre 6% e 6,5%, conforme já sinalizado pelo Copom (Comitê de Políticas Monetárias). Observada essa variável, o investidor deve optar pelo investimento de acordo com a liquidez desejada. 

Muitos investidores, de olho na possibilidade de resgate em um curto prazo, acabam optando pela caderneta de poupança, a aplicação financeira mais popular entre os brasileiros, que permite retirada dos valores a qualquer tempo e não sofre as oscilações da renda variável. O economista alerta, porém, que com o rendimento de cerca de 70% da taxa Selic, essa modalidade não é a mais interessante nesse momento. “Apesar do aumento da Selic, a rentabilidade da poupança acaba não ganhando da inflação. A partir do momento em que a Selic for maior ou igual a 8,5% ao ano, a poupança começa a pagar o investimento original. Neste momento, ainda não é atrativa”, disse Cordeiro. 

Como alternativa à poupança, investidores com perfil mais conservador podem optar pelo Tesouro Selic, indicado para investimentos de curto prazo quando o objetivo é fazer uma reserva de emergência. “O Tesouro Selic não tem a garantia do Fundo Garantidor de Crédito, mas tem a garantia do Estado. O risco existe, mas é pequeno”, destacou o economista. 

Quando há possibilidade de deixar o dinheiro aplicado por um período um pouco mais longo, a dica aos investidores é pesquisar sobre o Tesouro IPCA, com taxa de juros maior e proteção contra a inflação, ou CDB atrelado à inflação, que tem um prazo de aplicação um pouco mais curto, o que é positivo dada a volatilidade do cenário econômico. “Ano que vem tem um contexto muito importante que são as eleições e vão impactar a economia. Aplicações com prazos menores, de menos de dois anos, são mais interessantes para que o investidor possa avaliar se mantém o investimento ou muda.” 

Por fim, os investidores que não têm medo de arriscar e podem deixar o dinheiro aplicado por longos períodos, sem necessidade de resgate a curto prazo, Cordeiro indica a bolsa de valores, com boa rentabilidade. Além desses dois fatores, o economista recomenda essa modalidade de aplicação financeira para quem já tem mais familiaridade com o mercado financeiro, adquirida em experiências com outros fundos de investimento. Para quem está começando, esse tipo de investimento não é o mais recomendado, assim como para aqueles que querem somar dividendos em pouco tempo.  

“Quando a gente compra uma ação, a gente se torna sócio da empresa e quando adquire a ação, precisa ter comportamento de sócio”, ressaltou o economista. O foco principal não deve ser o quanto o investimento trará de retorno financeiro, mas sim observar se a empresa tem bons projetos, que gerem bons retornos e que permitam atravessar momentos de crise sem perder a solidez.  

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