O londrinense pagou mais caro pela cesta básica em março. O preço do conjunto de 13 itens considerados essenciais para a alimentação da população subiu 2,76% em relação a fevereiro e chegou a R$ 587,30. Mesmo com a redução no preço da carne, o produto com maior peso no valor da cesta, a alta de alguns produtos, especialmente o tomate, puxou para cima o preço final. O levantamento mensal é feito pelo NuPEA (Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas) da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná).

Os pesquisadores compararam os preços praticados em 11 supermercados londrinenses, distribuídos nas regiões norte, sul, leste, oeste e central e chegaram à média de R$ 587,30 para uma pessoa adulta. Para uma família de quatro pessoas, composta por dois adultos e duas crianças, o preço final da cesta ficou em R$ 1.761,90.

Em fevereiro, o preço da cesta básica havia caído 1,07% ante janeiro, fechando o mês em R$ 571,54.

O NuPEA calcula a variação do valor da cesta básica a partir de vários cenários. Se um consumidor se dispusesse a visitar todos os supermercados e adquirisse os produtos mais em conta em cada um deles, faria uma economia de 18,5%, pagando R$ 478,57 pela cesta.

Mas em uma situação mais real, se o consumidor optar por fazer suas compras no supermercado que apresenta os preços mais atrativos, a redução em relação à média seria um pouco menor, de 9,6%, e o valor final da cesta seria de R$ 531,20. Já o consumidor que fizesse as compras no supermercado que pratica os maiores preços, a cesta teria um acréscimo de 14,3%, chegando a R$ 671,31.

O item que mais subiu de preço foi o tomate, que teve uma variação positiva de 41,9%. Mas também sofreram aumento a batata (4,5%), o arroz (3,8%), o leite (3,6%), a margarina (3,6%), o café (1,9%) e o feijão (1,5%).

Entre os alimentos que tiveram recuo nos preços, lidera a lista o açúcar, com retração de 16,7%, a carne (4,1%), a banana (3,0%), a farinha (2,6%), o óleo (1,2%) e o pão, que teve variação menor que 1%.

A carne, produto com maior peso na cesta básica, registrou queda no preço em março, com o quilo cotado a R$ 33,33, em média. O preço mais em conta encontrado pelos pesquisadores foi R$ 27,87 e o mais alto, R$ 39,90. A referência é sempre o coxão mole e a se a peça for mais barata do que o fatiado, é considerado o preço da peça.

No mês passado, entre os 13 itens que compõem a cesta, a carne correspondeu a 37,5% do valor total da cesta básica. Em fevereiro, o preço médio do produto havia sido cotado a R$ 34,76.

O economista e coordenador do NuPEA, Marcos Rambalducci, enxerga uma tendência de alta no preço das cestas básicas nos próximos meses, principalmente em razão de questões climáticas adversas. “Há uma expectativa de que poderemos ter novas altas ao longo deste ano porque efeitos climáticos têm prejudicado bastante a produção agrícola e a área plantada de alimentos básicos tem dado lugar à produção de soja”, explicou.

Em um comparativo com o preço da cesta básica registrado em março de 2023, o preço da cesta básica também ficou maior neste ano, com variação de 2,7%. Naquele mês, a cesta básica custava, em média, R$ 556,65. Desde janeiro deste ano, no entanto, a retração no preço médio é de 0,5%. Em 1º de janeiro, esta mesma cesta estava a R$ 590,38

Um dado que chama a atenção na pesquisa do NuPEA é o tempo necessário que um trabalhador precisa cumprir de sua jornada para comprar a cesta básica. Tomando-se por base o salário mínimo nacional, de R$ 1.412, o assalariado londrinense terá de cumprir 41,6% de sua jornada mensal de trabalho para pagar a cesta básica.