Entra em vigor nesta terça-feira (26) o novo reajuste da Petrobras nos preços da gasolina (7%) e do diesel (9,1%) nas refinarias. Sem levar em consideração os novos preços, o preço médio da gasolina já acumula alta de R$ 38,4% desde o início do ano em Londrina. De acordo com levantamento da ANP (Agência Nacional de Petróleo), em janeiro, o litro da gasolina comum custava na faixa de R$ 4,42. Agora, pelo mesmo volume, o consumidor desembolsa em média R$ 6,12. É como se mais de um terço do tanque evaporasse com os 15 reajustes adotados pela Petrobras nos últimos dez meses.

Imagem ilustrativa da imagem Gasolina acumula alta de 38% desde o início do ano em Londrina
| Foto: Isaac Fontana/FramePhoto/Folhapress

Segundo a estatal, os aumentos refletem a elevação das cotações internacionais do petróleo e da taxa de câmbio. O litro de gasolina vendido pelas refinarias da Petrobras custará R$ 3,19, ou R$ 0,21 acima do vigente atualmente. Já o litro do diesel sairá por R$ 3,34, alta de R$ 0,28. É o segundo reajuste dos dois produtos em menos de um mês. A notícia do reajuste provocou uma corrida aos postos de gasolina nesta segunda. Muitos postos registraram filas de veículos para abastecimento, principalmente no final da tarde.

Alguns postos de Londrina registraram filas de veículos para abastecimento nesta segunda-feira
Alguns postos de Londrina registraram filas de veículos para abastecimento nesta segunda-feira | Foto: Isaac Fontana/FramePhoto/Folhapress

"Esses ajustes são importantes para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras", afirma a estatal.

O anúncio ocorreu logo após o presidente da República, Jair Bolsonaro, dizer em entrevista a uma rádio do Mato Grosso do Sul que não é "malvadão" e que não quer "aumentar o preço de nada". "Alguns me criticam, o preço do combustível, o preço do gás. Eu não sou malvadão, eu não quero aumentar o preço de nada. Mas não posso interferir no mercado. Se pudesse, iriam dizer que eu queria interferir no preço da carne que vocês produzem no Mato Grosso do Sul", afirmou Bolsonaro.

A escalada do preço do diesel (13 reajustes no ano) gerou esta semana paralisação de empresas transportadoras de combustíveis de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, com reflexos sobre a renovação de estoques de postos de gasolina nos dois estados. Tem sido combustível também para a insatisfação de caminhoneiros, que prometem paralisação no dia 1º de novembro para cobrar ação do governo, que anunciou nesta quinta-feira (21) um auxílio de R$ 400 para a categoria em tentativa de esfriar os ânimos.

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GREVE DE CAMINHONEIROS

Wallace Landim, conhecido como Chorão, um dos líderes da greve de 2018 dos caminhoneiros e que segue como representante da categoria, afirma que não há chance de recuo em relação à paralisação marcada para segunda-feira (1º) se não houver sinalização do governo Jair Bolsonaro sobre mudança na política preços de combustíveis por parte da Petrobras.

Já entre as lideranças da região o clima é mais ponderado. O presidente do Sindicam (Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos de Londrina e Região), Carlos Dellarosa, criticou o posicionamento isolado de alguns condutores. "Eles não representam toda a categoria. Acham que o governo federal vai atender movimentos separados, mas não vai. Do que adiantar ter paralisação aqui se não tiver uma adesão nacional? Não tem nenhum ato programado. Caminhoneiro sozinho não faz verão", alerta.

Após novo aumento do diesel, Dellarosa sugeriu uma saída que acredita ser a mais viável para os caminhoneiros. "Tem que subir o preço do frete. Uma redução dos combustíveis não representa benefício nenhum. Mas precisa de mobilização organizada pra ter resultado positivo, gerar pressão real nos governantes", afirma.

O sindicalista também avaliou que o auxílio de R$ 400 anunciado na semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro "não resolve em nada". O Sindicam representa 33 mil caminhoneiros de Londrina e região. (Com Folhapress)

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