Ao mesmo tempo em que órgãos de saúde expedem recomendações para evitar a propagação do coronavírus e prefeituras e Estados decretam o fechamento do comércio, empresas de Londrina começam a adotar home office, ou teletrabalho, para seus funcionários. A orientação é fazer o trabalho em casa para evitar deslocamentos, com comunicação online e reuniões via teleconferências.

Imagem ilustrativa da imagem Empresas aderem ao isolamento e funcionários trabalham de casa em Londrina
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A medida é viável para empresas em que funcionários trabalham efetivamente com computadores. Sem ter contatos interpessoais, reduz a circulação e propagação do Covid-19. Uma das principais recomendações de órgãos de saúde e autoridades é evitar aglomerações de pessoas.

Com um portfólio que envolve desenvolvimento de sites, aplicativos, e-commerce e marketing digital, a Clickweb decidiu na tarde de segunda-feira (16) adotar o home office para seus 20 funcionários. Todos estão em casa, com computadores fornecidos para a empresa nos casos necessários.

icon-aspas Tomamos a decisão de trabalhar de casa, inicialmente, por uma semana. Mas os funcionários estão de sobreaviso e é bem provável que seja prorrogado"
Paulo Henrique Ferreira -

As chamadas de telefone para o escritório foram desviadas e as reuniões são feitas por meios digitais. “[o home office] Começou depois de uma reunião ontem com a gerência, quando tomamos a decisão de trabalhar de casa, inicialmente, por uma semana. Mas os funcionários estão de sobreaviso e é bem provável que seja prorrogado”, afirma o proprietário, Paulo Henrique Ferreira.

A empresa desenvolveu um protocolo de recomendações para evitar contatos, como as reuniões por Skype e não usar, de modo algum, o transporte coletivo público. “Se precisar fazer uma reunião presencial, o funcionário deve usar o transporte provado. Temos convênio com um aplicativo de motoristas para quando o deslocamento é inevitável”, afirma.

QUESTÃO DE CONSCIENTIZAÇÃO

Até a terça-feira (17), 70% dos funcionários da EngeBrazil, que elabora projetos de engenharia elétrica, estavam trabalhando de casa. “Ficamos apenas eu em minha sala, minha secretária, também em uma sala separada, e dois funcionários que pediram para trabalhar no escritório. Em salas separadas e ventiladas”, afirma o proprietário Brazil Alvim Versoza.

A preocupação surgiu porque todos os funcionários do departamento técnico da empresa trabalhavam em um mesmo ambiente. "A regra que está dando certo no resto do mundo é permanecer em casa, isolado. E, além da distância, a manutenção da higiene e limpeza”, ressalta.

icon-aspas Não podia eu, sabendo disso tudo, permitir que meu pessoal saísse de casa.
Brazil Alvim Versoza - Consciência e responsabilidade

Além de evitar aglomeração no trabalho, os funcionários que seguem no escritório não utilizam transporte coletivo. Versoza afirma que só compreendeu a dimensão do perigo do coronavírus após uma reunião no Ceal (Conselho de Engenharia e Arquitetura de Londrina) no sábado.

Até então, Versoza achava que a preocupação com o Covid-19 era algo exagerado – mas, apesar de parecer algo simples, não é, admite ele. “O vírus tem um contágio muito veloz e nosso sistema de saúde não está preparado [para este avanço]. Aí, tivemos lugares como Singapura, Coreia e Japão que adotaram essas medidas e tiveram um bom resultado. Não podia eu, sabendo disso tudo, permitir que meu pessoal saísse de casa”, justifica o empresário.