Centenas de trabalhadores teriam sido demitidos de uma indústria do setor metalúrgico de Cambé essa semana. A informação, segundo o Stimmel (Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Londrina e Região), vem dos próprios empregados, já que a empresa ainda não teria se manifestado a respeito. A estimativa, conforme o presidente do sindicato, Valdir de Souza, é que o número de desligamentos na organização chega a 300 de um total de cerca de 1,4 mil trabalhadores, mas o número não foi confirmado pela indústria, que disse que não vai se pronunciar a respeito.

“Fizemos contato com o MP (Ministério Público) para ver se há possibilidade de fazer uma reunião. Entendemos que é uma demissão em massa, mas o MP ainda não nos retornou. Estamos aguardando posicionamento da empresa e do MP”, destaca Souza.

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Ele afirmou que o sindicato não foi procurado para negociação das demissões. A informação que a entidade obteve dos empregados da empresa cambeense é que todas as verbas rescisórias serão pagas de imediato, sem necessidade de parcelamento. Os trabalhadores estão sendo orientados por Souza a assinar a rescisão no sindicato.

O presidente do Stimmel conta que pelo menos outras três empresas da região de Londrina promoveram demissões essa semana devido à paralisação das atividades e da cadeia produtiva como forma de prevenção ao Covid-19. “Infelizmente o cenário não é legal. A gente está fazendo bastante acordo de suspensão e redução (da jornada de trabalho), mas nada impede que empresas façam demissões.”

Essa semana, as três empresas do grupo Arames Top também fizeram a demissão de 40 funcionários, a maioria do setor de produção e administrativo. Nesta quarta-feira (15), com o reinício das atividades da indústria em Londrina, o grupo retornou ao trabalho com apenas 50% a 60% do quadro de funcionários. “Infelizmente estamos tendo muito inadimplência. Para não faltar com o pagamento dos funcionários, estamos tendo que demitir”, explica Mariana Pereira, gerente do grupo. Segundo ela, não há previsão de mais demissões se a paralisação das atividades não se prolongar.

Na Reifor, foram 26 as demissões na semana passada. Conforme a assessoria de imprensa, houve queda significativa das vendas do setor e a empresa se viu obrigada a readequar o quadro de funcionários. A expectativa é manter o quadro atual de funcionários, mas a decisão vai depender do mercado, completa a assessoria.

Marcus Gimenes, presidente do Sindimetal (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais Elétricos do Norte do Paraná), diz não ter estimativa do número de demissões no setor, mas afirma que “com certeza serão muitas”, devido ao volume de vendas, que caiu a patamares preocupantes depois da paralisação das atividades da cadeia. “É evidente que a mão de obra direta vai ser reduzida no Brasil todo.”