Depois de 11 anos trabalhando até 16 horas por dia como gestora em uma multinacional da região, a nutricionista Cristiane Torquato Leite, 36 anos, resolveu mudar de vida. No final do ano passado, sentindo o impacto de tanto trabalho em sua saúde, pediu demissão.

A nutricionista Cristiane Torquato Leite deu uma guinada profissional no fim do ano passado, e aconselha as pessoas a não terem medo de mudar de trabalho se perceberem falta de qualidade de vida
A nutricionista Cristiane Torquato Leite deu uma guinada profissional no fim do ano passado, e aconselha as pessoas a não terem medo de mudar de trabalho se perceberem falta de qualidade de vida | Foto: Saulo Ohara



De início, foi trabalhar como consultora independente de uma empresa de cosméticos. E logo recebeu uma nova proposta de emprego no ramo de facilities (terceirização de atividades). Hoje, ela concilia a nova função com a consultoria em cosméticos e, mesmo assim, trabalha no máximo oito horas por dia.

A nutricionista conta que o antigo trabalho não só roubou todo seu tempo, como também planos familiares. Entre eles, o de ter um segundo filho. "Só trabalhava e sentia culpa por não ter tempo para a família." Leite diz que chegava a viajar 700 quilômetros por dia. "Trabalhei no Natal e Ano Novo. Pensava que quanto mais clientes eu atendia, melhor eu seria como profissional."

A gota d'água foi um episódio de mal-estar no trabalho. Sua pressão arterial chegou a 18 por10. "Era muito estresse e cobrança."
Atualmente, a nutricionista trabalha em seu novo emprego até as 14 horas. Depois, segue para a outra atividade. "Deixo minha equipe alinhada, meu cliente satisfeito e vou para casa trabalhar mais", conta.

Ela está sete quilos mais magra e com a pressão arterial estabilizada. "Consigo fazer a tarefa com meu filho, ir à academia e, às vezes, fazer a unha em dia de semana. É outra vida", conta.

Cristiane Leite aconselha as pessoas a não terem medo de mudar de trabalho se perceberem falta de qualidade de vida. "Ficamos preocupados com mudanças, mas elas são necessárias para sairmos da nossa redoma e conquistarmos as oportunidades do mundo lá fora." (N.B.)

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