Imagem ilustrativa da imagem Copel busca quebrar resistência de empresários a mercado livre
| Foto: Lis Sayuri/ 08-04-2015
No mercado livre, o valor pago pela eletricidade fica até 50% menor, mas redução na tarifa é de 15% a 30% a partir do segundo ano porque há necessidade de fazer investimentos em projetos e infraestrutura para migrar de plano



O grande consumidor de energia elétrica tem a possibilidade de economizar até 30% na fatura mensal se migrar para do mercado cativo para o livre, mas muitos empresários relutam em aderir à modalidade de comercialização negociada. Para atrair mais adeptos e tornar a Copel Energia mais conhecida, representantes do braço da companhia paranaense estiveram na terça-feira (21) em Londrina, para apresentar a modalidade e tirar dúvidas de interessados convidados previamente, já com simulações das próprias empresas em mãos. O encontro foi no Hotel Bristol e será feito em outras cidades.

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Os convites foram destinados a empresas com demanda contratada entre 500 e 3 mil quilowatts (kW), conhecidos como consumidores especiais. O público-alvo tem o direito de adquirir energia de PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) ou de fontes outras fontes incentivadas renováveis, como eólica, biomassa ou solar. Por isso, não há incidência de bandeiras amarela e vermelha sobre a tarifa, por exemplo. Outra vantagem é que o valor da tarifa de energia e o índice de reajuste anual, como IPCA ou IGP-M, são definidos em contrato. Assim, é garantida maior previsibilidade para um importante insumo do setor produtivo nacional.

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O superintendente de compra e venda de energia da Copel Energia, Marcílio Nagayama, afirma que desde 2010 o sistema é mais vantajoso do que o cativo. "Quem não migrou até agora é porque tem um pouco de receio de sair debaixo do chapéu da Copel Distribuição, e nós somos da própria Copel. É isso que queremos demonstrar, que dá para fazer a migração com segurança", diz.

Nagayama lembra que a tarifa regulada, do mercado cativo, é determinada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e que, dos 16% de reajuste médio aprovado para a Copel Distribuição neste ano, menos de 1% foram de custos da empresa. "A maior parte desses custos eram repasses, mas a inflação oficial ficou em 2,36% no período [12 meses]", diz.

Caso o consumidor tivesse aderido ao mercado livre, ele teria esse índice de variação sobre a tarifa de energia, ainda que a distribuição mantivesse a alta de 16%. Por isso, o valor pago pela eletricidade fica até 50% menor, mas, na tarifa, é de 15% a 30% a partir do segundo ano. Isso porque há necessidade de fazer alguns investimentos em projetos e infraestrutura para migrar de plano.

Para os interessados, é preciso se antecipar e estudar a melhor opção. A adesão deve ser feita na CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) até seis meses antes de vencer o contrato com a distribuidora, que é renovado automaticamente a cada ano. E, em caso de arrependimento, o prazo legal para voltar ao mercado cativo é de cinco anos. "Esse mercado é inevitável. Cada vez mais gente vai para o mercado livre, então, ou a Copel está no mercado livre ou vai perder o consumidor para um concorrente", diz Nagayama.

Ele lembra que um projeto de lei no Congresso propõe permitir, até 2026, que todos os consumidores de alta tensão possam aderir à livre comercialização e que o Poder Executivo estude e proponha o mesmo para os residenciais, como ocorre em dezenas de países. "Existem hoje mais de duas centenas de empresas vendedoras nesse mercado e boa parte delas não tem a solidez da Copel. Precisamos dar essa segurança para o consumidor do Paraná", diz o superintendente.

Além de indústrias, o mercado livre é apropriado para hotéis, hospitais, escolas, redes de farmácia, prédios comerciais e shoppings centers. Empresas com filiais sob o mesmo CNPJ também podem somar a demanda para compor o mínimo exigido.