A presidente do Sindicato dos Taxistas de Londrina, Kate Rocha, afirmou que irá protocolar junto à CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) a solicitação de reajuste da tarifa. “Estamos preocupados com o aumento do combustível. É uma situação que nos preocupa bastante. Os custos estão complicados e pedi reunião com o prefeito e com a CMTU para pedir que esse reajuste seja liberado pela prefeitura. Não temos reajuste desde 2016 e seguramos diante da concorrência com os motoristas de aplicativos. Também oferecíamos descontos, descontos, mas está ficando insustentável.”

Segundo ela, a população terá compreensão se a tarifa for reajustada. “Com a guerra, nós sabemos que esses aumentos não vão parar aqui. Até ela acabar pode haver alguns outros aumentos. Queremos um reajuste de 6% a 10%”, destacou.

“Se não tivesse esse aumento de combustível, eu não aumentaria agora, porque o pessoal está se recuperando da pandemia, no entanto, agora não tem como se manter. Se a prefeitura desonerar as despesas fixas anuais já ajuda. Só sei que precisamos procurar uma solução para ajudar o pessoal”, declarou Rocha.

A opinião é oposta a de Antônio Pereira da Silva, ex-presidente do sindicato e atual diretor da Associação dos Taxistas de Londrina e Região. Ele defende que as tarifas não sejam reajustadas. "Nós já estamos alguns anos sem mexer na tarifa e vamos aguentar esses reajustes para não cobrar dos passageiros esses aumentos de custos. “Muitos motoristas auxiliares não estão trabalhando devido ao aumento dos combustíveis, porque precisam dividir o lucro com o permissionário do carro e o preço do combustível não é viável. Nós orientamos o usuário a pesquisar o preço. Veio essa epidemia e cada comerciante age de um jeito. Pensamos em ajudar a população e não a acabar com ela. Os proprietários de carro continuam trabalhando e assim que estamos atravessando essa crise”, destacou o diretor da associação.

A assessoria de imprensa da CMTU informou que até o momento não foi protocolada nenhuma solicitação dos taxistas para reajuste de tarifa. A assessoria ressaltou que toda mudança deve ser baseada em planilhas de custos, que ainda não foram apresentadas.

UBER

Para o motorista por aplicativo Odair Calixto, o aumento tem inviabilizado trabalhar como ele fazia antes. “Simplesmente não rodo durante a semana com a tarifa branca na plataforma. Se for rodar com o valor que eles oferecem, não paga o combustível. Outros motoristas de aplicativos vêm sofrendo, porque a plataforma não faz repasse da correção desses valores há mais de quatro anos. Só neste último aumento, a gasolina subiu 24% e o Uber mandou uma mensagem de que aumentaria a tarifa provisoriamente em 6,5%. Mas além do combustível, tem o desgaste do veículo, a manutenção. A maioria dos motoristas parou de pegar viagem curta. Não quer fazer viagem de R$ 3,75.”, afirmou.

Ele explicou que até pouco tempo atrás abdicava do uso de carro próprio e fazia locação dos veículos, assim não gastava com manutenção e seguro. “Dava para pagar a locação com R$1480. Agora esse valor foi para R$ 2100. Eu tenho rodado somente no fim de semana e durante eventos.”, declarou Calixto.

Em nota, a Uber enviou uma mensagem destacando que o aumento de 6,5% também visa ajudar os motoristas a lidar com o pico de alta em seus custos operacionais. “Concomitante a essas medidas, é importante frisar que a Uber foi a primeira e atualmente é a única plataforma que oferece a seus parceiros, em todo o país, a possibilidade de ter desconto no combustível. Pagando com o Cartão Uber no app abastece-aí, o motorista parceiro tem 4% de cashback em cada abastecimento.”, destacou.

A Uber também investirá cerca de R$ 100 milhões no Brasil nas próximas semanas em iniciativas voltadas ao aumento nos ganhos e redução dos custos dos seus parceiros. O pacote faz parte de uma iniciativa global da empresa diante da instabilidade no cenário internacional causada pelo conflito no leste europeu, que tem pressionado custos de insumos em todo o mundo, particularmente os combustíveis.

“Sabemos que motoristas estão entre os primeiros a sentir o impacto dos preços recordes dos combustíveis, então estamos implementando essas iniciativas para ajudá-los. Esperamos que essas ações emergenciais colaborem para reduzir os impactos no dia a dia, mas continuaremos ouvindo nossos parceiros, especialmente agora”, afirma Silvia Penna, diretora-geral da Uber no Brasil.

A empresa continuará monitorando as condições do mercado nas próximas semanas para reavaliar as iniciativas.

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99

Já a 99 também enviou texto afirmando que reajustou em 5% o km rodado no ganho do motorista de todo o país. “Este acréscimo já está em vigor em todas as 1.600 cidades onde a empresa opera no País. A empresa avalia constantemente o cenário conforme os desdobramentos externos e reforça que não haverá aumento para os passageiros nesse momento.”

“Paralelamente, a plataforma está testando uma solução de subsídio para acompanhar automaticamente as flutuações dos combustíveis, tanto para cima quanto para baixo. Após os testes, o novo recurso teria o potencial de trazer ainda mais transparência e segurança aos parceiros.”

Segundo o comunicado da 99, no ano passado, ela foi a primeira a anunciar um reajuste entre 10% a 25% nos ganhos de seus motoristas parceiros. “Além desse reajuste, o pacote Mais Ganhos 99, com medidas como o Taxa Zero que oferece aos condutores 100% do valor das corridas em períodos e cidades específicas, além de mais ganhos com o recebimento por taxa de congestionamento, e taxa de deslocamento continuam vigentes. Há, inclusive, casos em que é empregada a taxa negativa, ou seja, o valor repassado ao motorista é maior que o pago pelo passageiro e esta diferença é custeada pela empresa para democratizar o acesso das pessoas.”

A assessoria do iFood se manifestou sobre os impactos da alta do combustível. "O iFood está acompanhando o cenário e segue dialogando com os entregadores como parte do processo de escuta que já resultou em medidas importantes para a categoria na questão de ganhos, bem-estar e transparência."

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