Cesta básica em Londrina sobe quase 9% no primeiro semestre de 2025
Entre janeiro e junho, preço médio da cesta básica ficou em R$ 628,21; economista observa tendência de alta para os próximos meses
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 30 de junho de 2025
Entre janeiro e junho, preço médio da cesta básica ficou em R$ 628,21; economista observa tendência de alta para os próximos meses
Simoni Saris

Em Londrina, a cesta básica no primeiro semestre de 2025 teve valor médio de R$ 628,21, 8,89% maior do que no primeiro semestre do ano passado, quando o preço médio foi de R$ 576,88. O cálculo foi feito com base no levantamento realizado pelo NuPEA (Núcleo de Pesquisa Econômica Aplicada), da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná). Desde janeiro de 2025, o maior valor computado até agora foi em março, quando o valor médio da cesta básica foi de R$ 660,31.
Em junho, o conjunto de 13 itens considerados essenciais encerrou o mês cotado a R$ 640,85 para uma pessoa adulta. O valor apontado em junho foi 1,47% maior do que no mês anterior, quando a mesma cesta ficou em R$ 631,53.
Entre os 13 produtos cotados, cinco tiveram aumento de preço no mês passado. A banana teve a maior alta, de 23,1%. Em seguida, estão o tomate (10,8%), o leite (3,5%), o óleo de soja (2,8%) e o pão (1,7%).
Cinco itens tiveram redução de preço. As baixas mais significativas foram da batata (-18,8%), do arroz (-9,2%) e do café (-9,0%). Mas também sofreram redução a margarina (-4,8%) e o feijão (-1,9%). A farinha de trigo (-0,8%), o açúcar (-0,2%) e a carne (+0,7%) ficaram estáveis. A estabilidade é considerada quando o aumento ou redução fica abaixo de 1%.
A carne é o produto que tem maior impacto no preço final da cesta básica. Em junho, 42,9% dos R$ 640,85 do valor médio da cesta corresponde à carne. O preço médio do quilo foi cotado a R$ 41,69. Em maio, a mesma quantidade saía por R$ 41,40.
O corte utilizado como referência pelos pesquisadores é sempre o coxão mole, em peça ou fatiado, dependendo do que estiver mais em conta.
Segundo o economista e coordenador do NuPEA, Marcos Rambalducci, a elevação de preços observada em junho não foi compensada pelos produtos que tiveram recuo, especialmente a batata, o arroz e o café. "A carne também ajudou no aumento médio da cesta básica, cuja elevação em 0,7% foi responsável por 0,3% do total do aumento de 1,47% observado ao final deste mês de junho."
Com o valor da cesta básica subindo, a pesquisa de preços torna-se ainda mais importante. O levantamento do NuPEA sempre traz uma comparação entre os valores mais altos e os mais em conta.
Em junho, o consumidor que passasse por cada um dos 11 supermercados comprando os itens com preços mais baixos em cada um deles, faria uma economia de 20%, pagando R$ 512,84 pela cesta básica.
Se o mesmo consumidor realizasse as suas compras no supermercado com preços mais elevados, a alta no valor final seria de 10%, chegando a R$ 705,02.
Em uma situação mais próxima da realidade, no entanto, na qual o consumidor realiza as suas compras no supermercado que tem os preços mais atrativos, a economia seria de 11,3% e a cesta sairia por R$ 568,41.
Quando comparados os preços médios da cesta básica de junho deste ano com o mesmo mês do ano passado, a alta é de 12,38%. Em junho de 2024, o valor da cesta foi de R$ 570,25
Os efeitos da geada que se formou na região de Londrina na última semana de junho devem ter impacto nos preços dos alimentos em julho, assim como o retorno da cobrança do pedágio nas rodovias da Região Norte do Paraná. "Todo aumento de custo de transporte tem impacto sobre o preço dos alimentos perecíveis, que precisam chegar mais vezes às gôndolas dos supermercados. A cobrança do pedágio trará, sim, impactos na composição de custos dos produtores e, por consequência, no preço final ao consumidor", avaliou o coordenador do NuPEA.
Somado ao "efeito clima", disse Rambalducci, os consumidores devem esperar aumento em alguns produtos, como o leite e a carne, e também em itens que não entram na cesta básica, como verduras e frutas.
Produtor de hortaliças no Patrimônio Selva, em Londrina, Eliel dos Santos Silva disse que os efeitos do frio da semana passada já tiveram reflexo nos preços das verduras, que subiram entre 30% e 40%, e nos legumes cuja alta ficou entre 50% e 100%.
Os produtos mais sensíveis às baixas temperaturas e, portanto, que tiveram maior aumento de preço, foram a abobrinha, o quiabo, a vagem e o pimentão. “São produções mais longas e mais sensíveis à geada e o aumento de preço foi bem significativo devido à falta e à procura”, comentou o produtor rural.

