Imagem ilustrativa da imagem Bares e restaurantes pedem flexibilização aos domingos
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Com o novo decreto publicado pelo governo do Estado no último dia 13, bares e restaurantes puderam passar a funcionar de segunda a sábado, das 10 horas até às 23 horas, com 50% da lotação. Pelo decreto anterior, os estabelecimentos podiam funcionar também com metade da lotação, mas de segunda a sexta, até 20 horas, e após este horário somente em sistema de delivery.

A extensão do horário de funcionamento deu um pouco de alívio ao setor. A restrição de horário à noite e aos fins de semana atingia os estabelecimentos, que costumam receber a maior parte dos seus clientes neste período. Em outra reportagem, a FOLHA mostrou que mesmo após o lockdown, alguns bares e restaurantes haviam optado por permanecer fechados, já que a receita não cobria os custos de operação.

Mas a possibilidade de manter as portas abertas até às 23 horas de segunda a sábado ainda não é o ideal, diz a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), regional Norte do Paraná, embora o cenário da pandemia ainda seja crítico. "Realmente, esse horário até 23 horas ajuda bastante todos os empresários para conseguir sair do vermelho. Ainda não é o ideal, tendo em vista que a gente está há mais de um ano em um cenário pandêmico e temos muitas dívidas para trás. Mas a gente entende que a realidade em relação à Covid ainda não é tão confortável a ponto de pedir flexibilização total", diz Leonardo Leão, presidente da Abrasel Norte do Paraná.

Agora, a luta da entidade é pela flexibilização do funcionamento aos domingos, especialmente para aqueles estabelecimentos localizados dentro de shoppings. "A gente entende que os estabelecimentos que trabalham em shoppings têm um faturamento muito expressivo no final de semana. Conseguir flexibilizar aos domingos para que o pessoal de shopping consiga trabalhar no almoço e janta vai permiti-los tomar fôlego nesse momento tão difícil", aponta Leão.

Dono de dois estabelecimentos - uma sorveteria e um restaurante localizado em shopping -, Rogério Gomes Pereira tinha os fins de semana como o período de maior faturamento. O novo decreto melhorou a situação dos negócios, mas ainda atinge a atividade com força. "Quanto mais ampliação melhor, mas no meu caso, 70% do faturamento é no final de semana. Com o último decreto fui muito prejudicado por ficar sem o final de semana, e agora continuo sem o domingo, que é o dia mais importante para a sorveteria."

Gomes foi um dos empresários que conseguiu recursos do Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), mas as parcelas do empréstimo já começaram a vencer e este ano as empresas não contam com as medidas emergenciais que o governo adotou no ano passado. "Não existe a palavra recuperação. Ainda estamos tentando sobreviver e esses decretos estaduais não vieram com nenhuma contrapartida (do governo)", afirma o empresário.

Para Pereira, diminuir o nível de infecção, aumentar o número de leitos e vacinar as pessoas também são medidas necessárias para que as pessoas tenham mais confiança para sair de casa. "Sou a favor da liberdade de o comércio abrir e de as pessoas terem a liberdade de decidir a vida delas, mas também sou a favor que o poder público tenha a responsabilidade de fornecer saúde de qualidade, medicamentos, hospitais, médicos."

MAIS RIGIDEZ

Para que as empresas do setor tenham mais força para fazer suas reivindicações, o presidente da Abrasel Norte do Paraná, Leonardo Leão, disse que a entidade vai adotar uma postura mais rígida em relação aos estabelecimentos que estão descumprindo o decreto. "Mesmo não tendo poder de fiscalização, a gente precisa conscientizar os empresários para que sigam as regras, e isso vai ser feito de forma mais rígida. Fizemos esse compromisso com o prefeito, e se precisar indicaremos os locais que não estão respeitando para a Polícia ou a Guarda Municipal."

"O que a gente pede muito é que o pessoal respeite para que consigamos ter uma força maior para ganhar a próxima batalha. Melhor estar todo mundo junto no mesmo barco para não dar margem para que a prefeitura ou o governo do Estado volte com uma restrição grande que acabe prejudicando todo o setor", ele justifica.