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. | Foto: Michal Jarmoluk/ Pixabay

Peru, chester e tender. Salpicão, mesa de frutas e uva passas! Vez em quando uma paleta de cordeiro ou uma leitoa à pururuca. Esse último, prato recorrente e tradicional nas ceias de fim de ano lá em casa, na minha família, desde que me entendo por gente. O cardápio pode ser variado e diverso. Assim como as bebidas, tão diferentes e distintas: cidras, espumantes, frisantes e champagnes. Não importa qual seja. A harmonização deve ser unânime: a confraternização.

À mesa, o desafio é atingir um patamar além do cotidiano corriqueiro. Hoje em dia estamos tão apressados que não degustamos a presença e a companhia dos nossos amigos e familiares. O filósofo Zygmunt Bauman (1925-2017) diria que empreendemos relacionamentos superficiais, ou como ele chamou, líquidos: na modernidade, os amores e as amizades são passageiras, efêmeras e não foram feitas para durar. Assim é. Assim não deveria ser. Por isso, é preciso aproveitar as festividades natalinas e de Ano Novo para fazer diferente.

Pode ser que você não tenha aproveitado o Natal tanto quanto deveria. Não se desespere: o Ano Novo está aí para nos dar uma nova chance e apreciar as companhias que teremos ao redor da nossa mesa, da nossa ceia. Conversas, olhares, confissões. Lembranças, memórias, risadas e até choros, por que não? O importante é conviver. Eu recomendo, com uma boa taça de vinho à mão. Pode ser um cabernet sauvignon ou um malbec, tal qual um chileno ou argentino qualquer, como preferir. Do meu gosto, um barbera ou um primitivo, vinhos de uvas italianas, entre outros.

O que quero dizer é que, ao redor da ceia, é preciso conviver, confraternizar. Da mesma forma que fez Cristo, a quem a tradição cristã rememora e, por conseguinte, todo o mundo “pagão” também o faz, dado o costume intrínseco à nossa sociedade ocidental. Acima de tudo, os valores a serem cultivados são universais, uma espécie de imperativo categórico, o que o filósofo Immanuel Kant (1724-1804) diria ser uma imposição a todas as pessoas: amor, gratidão, fraternidade, perdão, misericórdia, etc. Mesmo que isso signifique deixar para trás as mágoas e ofensas políticas do ano que passou.

Esqueça tudo isso. Vista sua melhor roupa, escolha seu melhor vinho e convide a melhor versão de si mesmo para cear com os familiares e amigos que a vida lhe deu. Aproveite: desfrute, experimente, deguste e harmonize muito bem esses momentos. Que sejam eternos, embora breves. Registre, tire fotos, marque os perfis @folhadelondrina e @fabio_luporini no Instagram (para ser repostado) e brinde à vida! Tim-tim!