Salmão ‘gravlax’ e carpaccio de palmito: sabores delicados que podem se juntar na mesma refeição
Salmão ‘gravlax’ e carpaccio de palmito: sabores delicados que podem se juntar na mesma refeição | Foto: Divulgação



Um biguá de abacaxi confeccionado em poucos minutos traduz a essência do que o chef Davide Brusório agrega à cozinha do restaurante Casa do Rio, em Morretes. Radicado no Brasil há 11 anos, o chef italiano veio estudar veterinária e estava decidido a deixar de vez a profissão exercida na Itália desde 14 anos, porém, contra o dom, a paixão e um empurrão do destino ele se viu sem qualquer condição de recusar o pedido de ajuda do amigo e proprietário do restaurante Lourenço Malucelli, que desejava oferecer novas opções gastronômicas na terra do barreado.
O resultado vem sendo desfrutado há alguns anos por uma clientela que, atraída pela beleza de um dos endereços cartões-postais de Morretes, surpreende-se com um cardápio sofisticado que pratica o melhor 'fusion cuisine', reunindo o apreço de Brusório pela saudável cozinha mediterrânea com o sabor e a fartura da italiana adaptados aos ingredientes e toda a influência dos sabores incríveis do litoral paranaense. Exemplo disso está na receita fornecida pelo chef à Folha, que valoriza o palmito do litoral e traz a técnica 'gravlaks' ou 'gravlax', de origem escandinava, que consiste em curar com sal e açúcar o salmão. Grav significa buraco no solo e laks (ou lax), salmão. Literalmente, salmão enterrado. Uma receita da Idade Média, na qual os pescadores salgavam e fermentavam o peixe enterrando-o na areia, acima da linha da maré.
A parceria com Lourenço se estende para a segunda profissão do chef, de veterinário, e trabalhos comunitários como a ONG Sanahu que presta atendimento aos animais atropelados ou feridos. Sobre a receita capaz de traduzir esse dois universos do chef Davide, ele admite que ainda está experimentando, mas adora criar risotos, que não ficam reféns da indisponibilidade de produtos, um desafio comum aos chefs no litoral. Também traqueja com maestria os frutos do mar de onde vem a inspiração da receita fornecida à Folha. Para ele, comida deve ser em quantidade satisfatória, saborosa e que sirva como pretexto para um retorno ainda mais delicioso.