Definido como de sabor áspero, frequentemente desagradável como o do fel de certos animais ou do quinino, o amargo é o não doce. Mas o amargo tem seus amantes. O café preto sem açúcar ou adoçante, tem apreciadores que defendem que como fruta, o café tem sim, seu açúcar e o resultado da bebida agradável depende da torra, da temperatura da água e do modo de coar. Outros defendem que tem que adoçar, "pois de de amarga já basta a vida", ouve-se.

A conotação vai além da dose de café e está presente em cancões que reforçam a fama de mau do que é amargo. "Ai quem me dera voltar/ Pros braços do meu xodó/Saudade assim faz roer/E amarga qui nem jiló", são os versos de Luis Gonzaga e Humberto Teixeira. Sem pretensão de conquistar aprovações, o amargo assim como o adocicado são questão de gosto. Para os que gostam do que é amargo não faltam receitas e sugestões para equilibrar os encontros em torno da mesa. Citado acima, o jiló tem várias versões de preparo e seu empanado fica crocante e muito saboroso. Surpreende.

O almeirão, a berinjela, o quiabo também estão na lista dos que só de pensar nesses alimentos já fazem cara feia, recusando-se a colocar certos sabores no prato. A chicória, os aspargos,a rúcula, o nabo e a mostarda estão fora da lista de desejos de muitas pessoas que dispensam até o chocolate, se for amargo. Água tônica então, nem pensar. Proprietário do restaurante Brasas, no centro de Londrina, Ederson Valandro explica que o modo de preparo do almeirão faz a diferença: "Lavamos em água corrente, damos uma amassada nas folhas para liberar um pouco do amargo e deixamos de molho no sanitizante. Temperamos com vinagre, sal e acrescentamos bacon picadinho e cebola", dá a dica. Em muitos medicamentos tradicionais de determinadas culturas, sabores amargos são essenciais para o equilíbrio do corpo. Eles equilibram energia, estimulam o sistema nervoso e a produção de medula óssea, reduzem a gordura, além de outras propriedades.

Imagem ilustrativa da imagem Alimentos amargos e amados

Chips de Jiló

Ingredientes: 6 jilós; 1 xícara (chá) de polvilho azedo; ½ colher (chá) de sal; 3 xícaras (chá) de óleo para fritar

Preparo: Lave bem a casca dos jilós . Seque, descarte o cabo e corte cada um em rodelas finas de no máximo 0,5 cm – quanto mais finas forem as rodelas mais crocantes ficam. Dica: como o jiló tem uma casca bem firme, utilize uma faca de pão para cortar mais facilmente. Numa tigela grande, coloque as rodelas de jiló, adicione o sal e misture bem com as mãos. Transfira para uma peneira (ou escorredor) e apoie sobre a tigela. Deixe o jiló descansar por 20 minutos – nesse tempo, vai perder um pouco da umidade por conta do sal, ficando menos amargo e mais crocante depois de frito. Abra um pano de prato limpo sobre a bancada e seque bem as rodelas de jiló. Forre uma assadeira grande com papel toalha e coloque o polvilho numa tigela. Para empanar: coloque uma porção de jiló (cerca de 6 rodelas) na tigela do polvilho e misture com as mãos para cobrir toda a superfície. Bata bem as rodelas para tirar o excesso de polvilho. Frite os jilós empanados no óleo quente e escorra bem o óleo.