“É pavê ou pacomê?” A vergonhosa piada de tiozão de churrasco ou do Natal em família, insistentemente perpetuada entre as gerações, deprecia um doce delicioso, indigno das infâmias que lhe atribuem. Desconcertante, não faço a menor ideia de onde ela surgiu. Mas, vive adormecida nas mentes e corações de qualquer um que, quando a sobremesa do almoço ou do jantar é um pavê, automaticamente se lembra do péssimo gracejo, muitas vezes segurando-se para não soltá-lo. Parece até que o ambiente fica meio vazio sem esses famosos dizeres, já parte do imaginário popular em qualquer festa familiar.

Entretanto, tudo isso esconde os predicados do pavê. De inspiração francesa, tem nome derivado da palavra “pavage”, que significa pavimento. Ou seja, é justamente o que as camadas de bolacha e creme formam. E ganhou uma infinidade de versões, a maioria delas muito deliciosas. Seja de biscoitos de maisena ou de champagne, embebidos em sucos, licores ou caldas e até com complementos diversos, como frutas secas, chocolate, cremes doces, entre outros. Aliás, qual é o seu preferido?

Outro dia minha irmã, a psicóloga Camila Luporini, resolveu que faria um pavê de sobremesa aqui em casa. Fruto da quarentena, obviamente. Misturou creme de chocolate preto com branco. E ficou delicioso. Nem durou muito tempo para contar história. Mas, bom mesmo foi o que eu aprendi com o jornalista Pedro Marconi, que empresta sua assinatura a algumas reportagens aqui na Folha de Londrina. Ele foi o entrevistado do programa Multi Chef, edição que já está gravada e deve ir ao ar em breve. Lá, me ensinou a preparar um delicioso pavê de brigadeiro de paçoquinha.

Pavê: uma delícia que já é tradição
Pavê: uma delícia que já é tradição | Foto: Fábio Luporini/ Divulgação

Acho que só o brigadeiro já bastava, porque eu achei realmente muito bom. Não me lembro de ter experimentado uma iguaria dessas. A receita, vou deixar para você aprender quando o programa for ao ar, no canal do Youtube da Multi TV. Mas, depois de pronto o brigadeiro, é só alternar com as camadas de bolacha maisena. A foto revela: eu aprendi, gostei e já fiz em casa, para degustarmos num jantar. Como o que minha irmã fez, não sobrou nem um teco para dizer como estava.

Quer uma dica? Se puder, aprecie com um bom cafezinho. Ou, então, se você tiver algum licor para acompanhar, principalmente, se for algum digestivo. Aqui, gosto muito de apreciar com o limoncello, de limão siciliano – meu preferido é o preparado pelo chef Alessando Saba, do Vitório Emanuelli –, mas, harmonizo também com dois tipos de whisky: Jack Daniels Honney (mel) ou Fire (canela). Experimente, e me conte!