Quem levou a melhor nas mobilizações de ontem? Numericamente as dos bolsonaristas levaram a melhor até pelo fato de dominarem na maioria dos estados. Esse tipo de critério, se é que há algum, faz lembrar disputas de auditório de televisão, infelizmente hoje sem o Chacrinha para dar a tudo uma dimensão surreal. Estamos diante de uma ameaça real à democracia como a temos praticado e em torno da qual geramos um nível de convívio apreciável entre as forças de governo e oposição.

Caminhamos para um radicalismo de tal ordem que fica visível a impossibilidade de retorno à normalidade e a ânsia que se percebe é a de que um lado se sobreponha a outro. E o balanço feito é de que todos perderam. Caminhamos certamente para nos afogarmos no ódio.

Tudo difícil

Todos os pleitos de isenção tributária, como o do G7 sobre a nova bandeira da Aneel no Paraná, pegam um governo em situação dramática e com um orçamento deficitário em R$ 4 bilhões. As razões do G7, grupo que agrega as principais entidades da sociedade civil, são fortes como também as do governo em não abrir mão de nada. A elevação de R$ 9,49 para R$ 14,20 o custo de cada 100 kWh consumidos é sinalizada no discurso de Bolsonaro como parte de responsabilidade estadual nos custos de produção. Assim juntam-se às alegações do governo federal aos fundamentos empresariais. O governo paranaense é um dos que menos ônus gera nessas questões, mas vai ter que dar resposta e essa é dramática demais.

Perda de renda

A renda média de brasileiros caiu consideravelmente e se espalha por toda a constelação de classes sociais. Afora o baque pesado do custo de vida e da inflação há situações específicas como a dos mutuários dos planos habitacionais que sentem a alta nas prestações e do saldo devedor. Uma evidência do quadro está no fato de haver mais saques do que depósitos na poupança.

Queda livre

Em queda livre os números da Covid: na segunda o Brasil registrou 296 óbitos e 16.156 novas infecções, em Curitiba 674 casos e 14 mortes. O Paraná continua no azul do mapa com forte queda de casos. Em termos globais estamos com 20,9 milhões de casos e 590 mil mortes. E no meio dos números o governo Bolsonaro deixa R$ 243 milhões vencer em vacinas, testes e remédios, uma gestão bem desastrada se levarmos em conta as revelações da CPI sobre negociatas assustadoras. Mas há situações animadoras como a de Ilhabela que ganhou o apelido de Nova Zelândia por estar há dois meses sem mortes pela Covid.

Veneno-útil

Molécula encontrada no veneno de uma espécie de cobra inibiu a reprodução de Sars-CoV em células de macaco. Feito de cientistas brasileiros pela serpente jararacuçu, cuja molécula inibiu a capacidade do vírus de se multiplicar em células de macaco em 75% .

Vestibas

Vítimas do erro da UFPR na divulgação do resultado do vestibular entraram na justiça e a 6ª Vara Federal de Curitiba deu três dias para a instituição federal se explicar se irá reservar vagas para os sete alunos aprovados na listagem errada. Por causa da mancada, foi instalada comissão de sindicância pelo reitor. Um senhor vexame.

Folclore

Segundo o presidente do Cebrap, Marcos Nobre, Bolsonaro não dará o golpe no 7 de Setembro, mas trata-se de preparação a um ato lá na frente de ruptura para valer. Houve tentativa de ruptura de bloqueio na Esplanada contornada pela PM e interdição de estradas no Paraná e Santa Catarina. Dizer que o presidente está em queda na opinião pública, depois da exuberante demonstração, é pura inutilidade. ´´O que Bolsonaro pretende´´- diz Marcos Nobre- ´´é uma invasão do Capitólio organizada´´ que nos Esteites não deu certo por causa da solidez das instituições, mas houve a tentativa e com mortes.

A opinião do colunista não reflete, necessariamente, a opinião da Folha de Londrina.

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