Há um esforço para que o orçamento secreto - esse das emendas do relator - seja alvo de uma composição com o Judiciário como já foi de uma antecedente entre os presidentes da Câmara e do Senado. Nesse ajuste haveria transparência em 2022 e agora o segredo predominaria. Não se tentou sequer o translúcido, uma variável entre a claridade e o opaco. A reação parlamentar é de que a divulgação das emendas e respectivos beneficiários geraria o caos inadministrável. Como Drácula, não suportam a luz.

Risco

Sabe-se, desde muito tempo, que face ao cenário econômico, o próximo presidente enfrentará o máximo de riscos (baixo crescimento, alta do dólar, da inflação e da dívida pública) desde o Plano Real, aquele que nos livrou do sufoco por longo tempo. O quadro fiscal e sua consolidação e mais como alcançá-la sem crise é o fato perturbador, o que é admitido por todos os pré-candidatos até agora habilitados.

Novidades

As celebrações natalinas de Curitiba são submetidas a uma nova paginação como drive-thrue no Passeio Público (circulação de carros lá era coisa do passado distante) e no Parque Náutico. Em função da pandemia, lances como o do Palácio Avenida terão linha virtual.

Novo horror

Não se conhece tudo sobre a variante da África, o ômicron, mas o alarme como no caso das anteriores não é pequeno: estuda-se o caso de um brasileiro que chegou a São Paulo daquela origem se é portador da contaminação. O Paraná enfrentou na pandemia 38 variantes que teriam por aqui circulado e soubemos nos comportar com as medidas de vigilância. A própria OMS assegura a eficácia de remédios, enquanto em núcleos estratégicos, como no Instituto Adolfo Lutz, faz-se o sequenciamento da cepa, cujo conhecimento se dará em 24 horas. No geral o quadro é de queda tanto de mortes como de casos novos. O registro mais recente é de 92 mortes e 4.043 casos em 24 horas. A nova variante levou a um acirramento de cautelas e na Bahia já há possível corte das festas de fim de ano e supressão do carnaval.

Reversão imaginária

O governo segue catatônico em relação aos abusos de desmate e incêndios na Amazônia. Enquanto a devastação sobe 22% (agora com o festerê adicional de garimpeiros em massa no rio Madeira) setores governamentais se referem a quedas da ordem de 5%. Vários ministérios defendem a regularização de garimpos, destinação de terras públicas a posseiros e intervenção militar. Dados oficiais revelaram avanço na devastação: 13.235 km2 de agosto de 2.020 a julho de 2021. Nada se comunicou durante a COP26.

Sequela

Teremos efeitos ou sequelas das prévias do PSDB? O fato é que João Doria e Eduardo Leite fizeram os dois mais de 90% dos votos o que dá consistência à experiência. Doria convocou Leite para o comando da campanha e o gaúcho rejeitou protagonismo. A força do tucanato em São Paulo é inquestionável, mas o fato é que muitos votaram em Bolsonaro como os litigantes das prévias. Arthur Virgilio, o menos votado, defendeu a tese de que a primeira medida a ser feita na agremiação seria desbolsonarizá-lo, crítica sutil a Doria e Leite.

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Moro cresce

Sergio Moro cresce à medida que aparecem casos de aberta repercussão como o do orçamento secreto. Como isso é uma tradição de nosso comportamento, o ex-juiz pode beneficiar-se dessas circunstâncias durante o passar do tempo e agregar mais força ao Podemos, ainda frágil no ranking partidário. Rodrigo Pacheco é muito bom de aparência pessoal, mas na tradição brasileira não consta que a presidência do Senado seja um palanque adequado.

Folclore

Até o momento houve festa na desativação das praças de pedágio, mas já tivemos um teste de como deverá funcionar o sistema com o seu retorno provisório ao setor público. Dá a impressão de que perdemos tempo nas utopias das sessões públicas e que tudo tende a repetir o quadro antigo. A campanha de reeleição de Ratinho Júnior tem que dar resposta a isso e com a máxima firmeza. Só não dará para suportar aquele lance já conhecido do ´´baixa ou acaba´´ que derrubou vários candidatos.

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