Embora seja uma variedade muito comum no norte da Itália, a uva Moscato Giallo se deu muito bem nos parreirais brasileiros, seja na serra de São Roque (SP), seja no Rio Grande do Sul, onde também é bastante produzida. Não é, entretanto, uma uva que tenha destaque na produção de vinhos finos, ou seja, não é uma produção em grande quantidade a ponto de invadir as prateleiras dos supermercados. Apesar disso, a uva é saborosa e se converte num vinho fácil de beber, principalmente para paladares não tão acostumados.

Eu não a conhecia, particularmente. Mesmo tendo visitado algumas vinícolas do Rio Grande do Sul, a Moscato Giallo não apareceu em nenhuma degustação. Só fui encontrá-la em São Roque, semanas atrás, quando estive na cidade a trabalho, aproveitando para degustar alguns vinhos, incluindo representantes dessa variedade. Diferentemente da variação moscatel, não é uma uva doce, nem artificial nem naturalmente. Por isso, talvez, apesar de muito levinha, os paladares que não estão acostumados a tomar vinho podem não conseguir degustar muito. Afinal, é um vinho branco seco.

A uva Moscato Gallo se deu muito bem nos parreirais do Brasil
A uva Moscato Gallo se deu muito bem nos parreirais do Brasil | Foto: Pixabay

O aroma lembra muito o buquê da moscatel, mas, sem o doce característico. Isso faz com que nós, amantes de vinho, consigamos beber um pouco mais de duas taças. Quando tomo moscatel, não consigo passar disso, que já me dá dor de cabeça. Na Moscato Giallo, é possível encontrar flores, mel e baixo nível de acidez, além de uma refrescância elevada. Literalmente, parece que estamos tomando água. Essas características fazem com que o vinho seja ideal para tomar à beira da piscina, num calor escaldante, bem geladinho.

Entretanto, serve muito bem nas entradinhas de um almoço, nos canapés de um jantar, na degustação de um evento. São excelentes vinhos de entrada e abrem caminho para algum tinto mais encorpado ou, até mesmo, um tannat mais leve de São Roque mesmo. A Moscato Giallo pode ser degustada, também, com certas sobremesas. Embora não seja um vinho do tipo licoroso, vai muito bem acompanhando, por exemplo, um bolo de abacaxi com coco, um bolo de ameixas, algo mais nesse sentido.

O importante é que o Brasil tem um universo vinífero ainda a ser descoberto e degustado. Esse tipo de vinho é ideal para o brasileiro que está se descobrindo um enófilo, que ainda não consegue tomar certos taninos, mas, que quer muito aprender a arte da enologia. Só que, infelizmente, talvez pela pouca quantidade de produção ou por outros fatores, esse tipo de rótulo não chega ao grande público, não é tão acessível assim. Precisamos torna-lo mais acessível, mais conhecido!

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