Os chás da minha vida com outras boas histórias

Eu particularmente, odeio chá. Talvez seja um trauma de criança, de quando fui obrigado a tomar a bebida sem conhecê-la e sem ter a possibilidade de recusar. Na memória, ficaram lembranças ruins. O fato é que, com o tempo, a gente tem que aprender a gostar, por uma questão de sociabilidade. Não que seja das bebidas preferidas, mas é preciso reservar um espaço para ela no cotidiano.

Uma das primeiras lembranças de tomar chá já adulto é de 2015. Na época, entrevistei uma sobrevivente da bomba atômica de Nagasaki: Tano Takahira. A data marcava os 70 anos do bombardeio dos Estados Unidos ao Japão. Hoje já falecida, ela me recebeu em sua casa, no centro de Londrina, na companhia da filha e tradutora da entrevista. E me recebeu com um chá preparado especialmente por ela. Foi impossível recusar. Seria até uma grande falta de educação. E até que foi bom!

Além disso, sempre brinquei que seria complicado aceitar tomar um chá das cinco com a rainha Elizabeth II. Se ela me convidasse, todavia, também seria impossível recusar. Mesmo não gostando de chá. Ainda não recebi o convite, mas, já comecei a treinar tomar chá para não passar vergonha diante da monarca britânica. Aliás, que chá será que ela mais gosta?

Mais recentemente, depois de assistir diversos vídeos da Horta do Ditian, da saudosa Amélia – londrinense que mantinha um canal no Youtube com dicas para a hora e que, infelizmente, faleceu de Covid-19 –, aprendi diversos chás importantes para o funcionamento do nosso organismo. Entre eles, um de limão com açafrão da terra (cúrcuma). De acordo com Amélia, esse chá ajuda no processo do metabolismo, o que melhora as possibilidades de emagrecimento, além de ser benéfico para o fígado.

Também passei a tomar, há poucos dias, chá de boldo. Sempre disseram que o boldo é amargo, mas, não senti nada disso. Minha tia Silvana me deu uma muda e plantei na minha horta. O boldo cresceu bem e, de vez em quando, colho algumas folhas para preparar o chá. De fato, o boldo melhora o funcionamento do estômago, diminuindo ou eliminando a azia e, também, ajudando no controle de gases.

Acho que o chá veio para ficar. Ainda tenho muito que aprender, mas, já estou até gostando. Não é todo dia, obviamente, mas, de vez em quando é preciso tomar um chazinho: já tomei até de manjericão ou de alecrim, plantas que tenho na minha horta, assim como a cúrcuma, que deve ser utilizada em pó, ou o gengibre. Tudo natural! Assim é bom, não é?

E você, gosta de chá? Qual o seu preferido?