Não se sabe, ao certo, a origem do meu doce preferido, cuja criação é rodeada de contos e lendas ligados à política brasileira. Mas, a mistura de leite condensado, chocolate em pó e manteiga, de fato, conquistou o paladar do brasileiro, tornou-se uma sobremesa típica do país e ganhou variantes ao longo das décadas seguintes, sendo uma boa pedida até hoje em aniversários e madrugadas com os amigos.

Brigadeiro: um doce com DNA político
Brigadeiro: um doce com DNA político | Foto: iStock

Em 1946, na primeira eleição após o Estado Novo de Getúlio Vargas, concorria à presidência o brigadeiro da Força Aérea, Eduardo Gomes, que, conhecido pelo codinome do posto que ocupava nas Forças Armadas, utilizava um slogan bastante incomum, se fosse nos dias atuais, mas, que se tornou popular à época: “vote no brigadeiro, que é bonito e solteiro”. Assim, o candidato foi homenageado e batizou o doce que as mulheres faziam para vender em seus comícios.

O brigadeiro perdeu a eleição para Eurico Gaspar Dutra. Entretanto, o doce se popularizou com a publicidade que ganhou na época. E se tornou o queridinho na mesa do brasileiro, de Norte a Sul do país. Na minha também. Pois, acredito que ainda mantenho o paladar infantil, que desde criança é fissurado em brigadeiro. Nas festas de aniversário ou nos rolês com os amigos, sempre é uma boa quando alguém se prontifica a fazer um brigadeiro. Substitui qualquer sobremesa!

Com o tempo, todavia, o brigadeiro foi ganhando formas e gostos diferenciados. E isso não o faz menos gostoso. Tampouco o deprecia. Brigadeiro será sempre de chocolate em pó. O que não nos impede de apreciar seus irmãos e primos. Como o brigadeiro de leite ninho, o de limão, o de nozes, o de paçoquinha e o de café, entre tantos outros. O de paçoquinha, por exemplo, serve muito bem como ingrediente principal do pavê que aprendi a fazer com o jornalista Pedro Marconi. O vídeo está no ar no Multi Chef, no canal do Youtube da Multi TV.

Dias atrás, no entanto, resolvi experimentar um sabor que eu gosto muito, embora nunca tinha feito: brigadeiro de café. Há duas formas de fazê-lo. Uma delas é utilizar o café em pó para colocar junto com o achocolatado. Não sei como fica, pois, escolhi a segunda maneira de preparar o doce: coei um cafezinho goumert delicioso, numa generosa xícara e acrescentei enquanto misturava os ingredientes todos. Na panela, ficou um pouco mais aguado, o que nos leva a deixar ferver um tempo maior até ficar pronto. Depois, é só degustar! Que sabor sensacional! Dá para sentir equilibradamente o chocolate e o café. Vale a pena tentar.