Muita gente sabe o que precisa fazer para dar uma guinada na carreira, mas mesmo assim não é capaz de tirar as ideias do papel. E um dos principais motivos é que tentam operar mudanças profundas sem uma mínima rede de apoio.

Veja o caso dos pais de primeira viagem que residem em uma cidade sem parentes próximos. O esgotamento físico deles tem tudo para ser bem superior àqueles que têm familiares e amigos prontos para ajudar na hora em que algum problema surge. Inclusive, é por essas e outras que um provérbio nigeriano ensina: "É preciso uma aldeia inteira para educar uma criança".

A pergunta-chave, portanto, é: quem faz parte da sua rede de apoio? Quais pessoas estão prontas para estender a mão quando você necessita de algum tipo de ajuda ao longo da sua caminhada profissional? Quem costuma ampará-lo quando precisa desabafar, é hora de receber um feedback difícil ou busca algum tipo de orientação?

O desenvolvimento de liderança, por exemplo, se enquadra nesse raciocínio. Raramente encontro pessoas que aceleraram seu potencial estando desamparadas. É claro que algumas pessoas têm um nível de autorresponsabilização tão alto que, mesmo diante de inúmeras barreiras, progridem rápido. Mas elas são a exceção que comprova a regra.

A rede de apoio também o ajuda a se manter com os pés no chão, evitando que você se torne arrogante ou autossuficiente. E mais ainda: oportuniza uma série de oportunidades de expressar gratidão àqueles que fizeram – e fazem – diferença em sua vida.

Mas, quem geralmente são essas pessoas?

Tomando por base o desenvolvimento de liderança, o seu superior direto merece destaque. Se você sente e percebe que ele está pronto para apoiá-lo, é muito mais fácil enfrentar os inevitáveis desconfortos que geram crescimento. Como costumo lembrar, o chefe é aquela pessoa que tem o poder de nos fazer avançar vários anos em apenas um – e, infelizmente, também regredir.

Ainda no ambiente corporativo, os colegas de trabalho e os demais líderes da empresa têm tudo para ser parte central da sua rede. Como também os consultores internos e externos, fornecedores e clientes-chave.

Já fora do círculo da empresa, a família possui um papel central, pois é ela que muitas vezes paga a conta no curto prazo pela sua disposição em seu desenvolver. É só lembrar dos fins de semana renunciados em decorrência de algum tipo de trabalho extra necessário.

E, por fim, também existe uma figura central em toda rede de apoio que se preze: o mentor. Aquele profissional experiente, que você admira e que pode aconselhá-lo em uma medida que o chefe direto, colegas de empresa e familiares não o farão.

Só um detalhe: rede de apoio é uma coisa, redoma é outra bem diferente. Você precisa de gente do seu lado, mas não espere que eles façam as coisas que cabem unicamente a você.

Wellington Moreira, palestrante e consultor empresarial

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