Empresas costumam chegar à falência quando se tornam lentas demais para responder ao mercado. E elas seguem uma cartilha: muita burocracia, processos arcaicos, um portfólio de produtos ruim e dirigentes encastelados em salas escuras que não têm a mínima ideia daquilo que os clientes querem.

Imagem ilustrativa da imagem Os quatro valores centrais da Gestão Ágil
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Em contrapartida, algumas poucas organizações nadam de braçadas em seus mercados porque optaram pela Gestão Ágil. O que, na prática, é o exato oposto do quadro que eu relatei logo acima.

Porém, como desenvolver uma empresa ágil de verdade se a sua companhia ainda é lenta? Relembrando o grande Peter Drucker: “A cultura come a estratégia no café da manhã”. Por isso, o primeiro passo é disseminar valores e crenças ágeis que ajudem seus colaboradores a incorporar um mindset diferente a partir de agora.

É a mesma coisa que 17 engenheiros de software norte-americanos fizeram em fevereiro de 2001 ao se trancarem em um resort para fincar as bases daquilo que hoje conhecemos como Manifesto Ágil. Já naquela época eles sabiam que os seus negócios precisavam ser tocados de uma forma diferente e, para isso, novos valores deveriam guiá-los.

Vinte anos depois, os mesmos princípios do Manifesto Ágil ditam a forma como as coisas acontecem na Amazon, Spotify, Microsoft e Google, por exemplo, e os profissionais de TI já não são os únicos que se valem de metodologias ágeis nas empresas. Marketing, RH, logística, finanças e supply chain que o digam.

Ah, e para você não ficar com dúvidas, os quatro valores centrais do Manifesto Ágil são estes:

– Indivíduos e interações mais que processos e ferramentas. Portanto, você não pode travar uma boa ideia simplesmente porque ela extrapola algum procedimento que existe aí na sua companhia. E o quanto mais aproximarmos quem cria os produtos (desenvolvedores) de quem faz uso deles (os clientes), melhor.

– Entrega funcional mais que documentação abrangente. Em um projeto, vocês podem ter tudo registrado direitinho, mas já estão conseguindo mostrar ao cliente algo que realmente tem valor para ele? Se o protótipo do seu produto ou serviço está servindo ao propósito, é isso o que conta.

– Colaboração com o cliente mais que negociação de contratos. Trabalhe para que seus produtos facilitem dele e os processos para aquisição e uso sejam menos burocráticos, ainda que você tenha que passar por cima daquilo que foi negociado no contrato. Foque em uma experiência do cliente incrível!

– Responder a mudanças mais que seguir um plano. É fundamental que vocês tenham a capacidade de replanejar a rota sempre que o cenário passar a ser diferente daquele que enxergavam até pouco tempo atrás. A rápida adaptação às mudanças é o que vai mantê-los focados naquilo que importa.

E então, o que falta para a sua empresa também começar a ser ágil?

* Wellington Moreira, palestrante e consultor empresarial

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