Quase todos os grandes pensadores da atualidade destacam que a pandemia do novo coronavírus vem acelerando a consolidação de grandes mudanças no mundo dos negócios que não esperávamos antes de 2025.

No Brasil, eram abertas em torno de 10 mil empresas de e-commerce mensalmente e esse número crescia 23% ao ano. Agora, apenas entre abril e maio de 2020, surgiram 107 mil novas companhias voltadas ao universo digital.

Em 2018, aproximadamente 3,8 milhões de brasileiros trabalhavam direto de casa, segundo o IBGE. Um estudo do IPEA já aponta que o home-office permanente poderá alcançar 22,8% dos cargos existentes no país, número que corresponde a mais de 20 milhões de pessoas.

Também não podemos ignorar que o modelo de negócios de muitas empresas simplesmente evaporou há 90 dias. Elas não conseguem mais ganhar dinheiro utilizando o know-how que as sustentava em seus mercados. É só você pensar nas inúmeras companhias que dependiam da aglomeração de pessoas – como os cinemas – e ainda continuam totalmente paralisadas.

Diante de um cenário tão disruptivo como esse, o que resta aos líderes? Investir na educação de si mesmos e de quem trabalha com eles. Afinal de contas, como ensinava Paulo Freire: "Educação não transforma o mundo. Educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo”.

O problema é que, em crises de grandes proporções, muitas empresas ficam tentadas a cortar todos os recursos reservados para o treinamento e desenvolvimento de seus colaboradores, a fim de "investir melhor" o capital.

Não faça como essas organizações. Se tem uma coisa que aprendi ao longo dos últimos vinte anos como consultor é que, se, de uma hora para a outra, você precisa subir uma montanha e as pessoas que trabalham ao seu lado não têm experiência em escalada – e pretende continuar com elas –, então precisa habilitá-las para o novo desafio.

A capacidade de aprender, desaprender e reaprender nunca foi tão importante quanto agora. E nem tão desafiadora. O quadro atual é semelhante à tarefa de montar um quebra-cabeça de 200 peças tendo apenas umas 15 em mãos. Logo de cara, dá vontade de dizer: “Esta tarefa é impossível”.

Muita calma nessa hora. Alguns minutos depois você vai enxergar uma peça que está jogada ao chão próxima de você, outra que foi deixada em cima do sofá, uma terceira que parece perdida no banheiro. E, depois de horas, sendo perseverante na busca, já terá em mãos um montão delas.

No novo mundo dos negócios, o mesmo raciocínio é válido. Se a cada dia você juntar mais uma peça do novo quebra-cabeça que orienta o seu mercado a partir de agora, uma hora vai enxergar o quadro todo. Sendo uma pessoa intuitiva então, com 50% a 60% delas, é bem provável que já chegue ao seu "Eureka!".

E lembre-se: ao conversar com alguém fora-de-série, fazer um bom curso, assistir uma live que trate de um assunto que você ainda desconhece ou ler um livro que simplesmente mexe com você, acaba de encontrar uma nova peça.