Se você parar para pensar bem, o seu trabalho é resolver problemas. E não apenas aqueles que alguém joga no seu colo, afinal de contas os problemas mais enriquecedores surgem somente quando você pensa em fazer coisas novas.

Muitas pessoas não gostam da palavra problema porque enxergam nela uma carga negativa. Preferem falar em desafio, missão ou qualquer outra coisa que lhes pareça mais palatável. Mas, no fundo, elas ignoram a precisa definição do que é um problema: a diferença entre o que você quer que aconteça e aquilo que está acontecendo.

Ao estudar o assunto, aprendemos que existem três tipos de problemas: os simples, os difíceis e os complexos.

Problemas simples são aqueles que exigem o emprego de técnicas básicas, como fazer uma macarronada. Depois que você aprende e domina a receita, tem alta probabilidade de sucesso sempre que segue o passo a passo.

Problemas difíceis, por sua vez, possuem inúmeras variáveis. Não comportam uma receita pronta e ainda necessitam ser desdobrados em problemas simples para serem resolvidos. Um exemplo é a construção de um edifício de 25 andares. O êxito depende do trabalho de inúmeras pessoas que atuam em diferentes equipes. E tudo ainda precisa ser muito bem coordenado para que as coisas deem certo no final.

Já os problemas complexos são como educar os filhos. Você pode criar quatro deles muito bem e ainda assim não vai ter certeza se está fazendo as escolhas corretas com o quinto. Apesar de a experiência acumulada ser valiosa, não existe garantia de sucesso. E isso não tem a ver com a sua incapacidade de criar o mais novinho e sim com o fato de que cada filho é diferente do outro. Os métodos não funcionam com todos eles.

A resolução de problemas simples exige que você faça coisas elementares, que também costumam dar certo com todo mundo. Porém, na hora de tratar problemas difíceis ou complexos, é preciso muito mais: uma boa capacidade de julgamento, saber reagir a contratempos e usar a criatividade.

Por isso, quando estiver diante de um problema difícil, a melhor ferramenta que existe é o bom e velho checklist. Ao detalhar cada uma das tarefas a serem executadas e poder acompanhá-las de perto, o problema continua a ser difícil, mas você sabe exatamente o curso de ação necessário.

E o que muda no tratamento de um problema complexo? Além de utilizar o checklist, você deve envolver alguns especialistas no processo de decisão, pois, nessas horas, é comum não saber nem por onde começar. E, principalmente, dar um jeito de os especialistas conversarem entre si. Vale a pena confiar no poder da comunicação e na sabedoria de pessoas fora-de-série que se reúnem para buscar soluções.

Só dois cuidados: você precisa escolher especialistas de verdade, pois o que mais existe é gente que não sabe muita coisa e, ainda assim, adora dar pitacos. E, além disso, ajudá-los a trabalhar em equipe. Uma das principais dificuldades dos experts é lidarem com situações nas quais não são a única estrela que reluz na sala.

Wellington Moreira, palestrante e consultor empresarial [email protected]