Imagem ilustrativa da imagem Como ajudar seus colaboradores a serem autodidatas
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Smartphones, tablets, laptops e uma infinidade de outros dispositivos eletrônicos têm gerado uma verdadeira revolução na forma como aprendermos. Aliás, defender a adoção de novas metodologias de ensino em treinamentos corporativos – como a sala de aula invertida – seria uma utopia se ainda vivêssemos em um mundo sem o suporte de dispositivos móveis.

Mas, um problema continua bastante crítico: boa parte dos colaboradores brasileiros não sabem agir como protagonistas do seu processo de aprendizagem. Sempre que precisam aprender por conta própria, simplesmente travam.

Isso ocorre porque durante muito tempo fomos incentivados a um papel passivo, de meros receptores de conteúdo. Os professores nas escolas e os chefes nas empresas é que ficavam com a responsabilidade de nos dizer o que, como e quando aprender. E agora, a realidade mudou: nas mais diferentes profissões temos de absorver coisas novas todos os dias, e mesmo quando não demandados.

Consequentemente, precisamos ajudar a criar uma cultura de aprendizado autodirigido em nossas empresas. Ou, de modo mais direto: orientar os profissionais sobre o que devem fazer para se tornarem autodidatas, quando a maior parte deles não sabe – e nem quer – estudar sem um guia ao lado.

Para isso, procure seguir algumas boas práticas que vêm dando certo em diferentes organizações:

1) Valorize quem aprende por conta própria

Faça com que os profissionais que estudam “na raça" sejam vistos como bons exemplos na companhia. É muito complicado estimular o autodidatismo sem a valorização de referências internas que inspirem os demais colaboradores.

2) Abra mão do controle

Se você é alguém acostumado a uma trilha de aprendizagem estruturada, a implementação do estudo autodirigido em sua organização exigirá uma mudança mental no modo como você pensa o desenvolvimento dos seus colaboradores. Em vez de exigir que eles acessem os conteúdos numa determinada sequência, é importante deixar claro quais resultados espera num determinado tempo e, depois, permitir que eles moldem a experiência de aprendizado como querem.

3) Possibilite que as pessoas estudem no trabalho

Permita que os colaboradores da sua empresa tenham liberdade para realizar pesquisas na web ou acessar livros na biblioteca da empresa durante o horário de trabalho. E, além disso, desenvolva o olhar dos gestores para que, nessas horas, enxerguem as pessoas produzindo. Muitas companhias ainda encaram os momentos de aprendizado e reflexão no trabalho como tempo improdutivo.

4) Defina metas de aprendizado

Mesmo quando as pessoas estudam por conta própria é fundamental que elas saibam quais avanços visíveis devem alcançar em determinado período. Por isso, pactue metas específicas de desenvolvimento com seus colaboradores. Se alguém está estudando inglês direto de casa, combine com ele o que deve saber fazer até a data na qual receberão aquela comitiva do exterior, por exemplo.

5) Forneça curadoria

Para algumas pessoas que não têm ideia de onde começar seus estudos, muita liberdade no processo de aprendizagem provoca ansiedade ou desinteresse. Portanto, forneça direcionamento logo de cara para que elas saibam exatamente qual o ponto de partida e que tipo de jornada deverão cumprir. Esse tipo de conversa orienta seus colaboradores a focarem os conteúdos e recursos de aprendizagem mais úteis.

6) Crie oportunidades para as pessoas compartilharem o que aprenderam

Quando você estuda alguma coisa e não faz uso desse conhecimento, logo o esquece. Pensando nisso, de tempos em tempos, crie pequenos eventos nos quais seus colaboradores possam apresentar para os colegas de trabalho os insights que tiveram. As pessoas saem desses encontros altamente energizadas e com vontade de aprenderem ainda mais!

Com medidas assim, não tenha dúvida de que as pessoas que trabalham em sua companhia, em pouco tempo estarão positivamente contaminadas pelo autodidatismo.

* Wellington Moreira, palestrante e consultor empresarial

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