Primavera, a pouco mais de um mês do verão que começa em 21 de dezembro. O clima que deveria ser ameno, traz rajadas de vento, chuvas abundantes e ondas de frio que nos põem a pensar se não estamos vivendo em outro planeta, abduzidos. A Terra já foi bem mais ordenada, girava sem ameaças, existiam quatro estações, que se não eram exatamente marcadas, traziam sinais de que a mudança das temporadas não era essa coisa maluca que não nos permite saber se teremos verão.

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Em tempos assim esquisitos quando, além do clima completamente alterado, podemos compor facilmente uma lista de absurdos cotidianos, que antes pareceriam "coisa de lunáticos", nos refugiamos nas redes sociais que parecem um veneno lento que aspiramos todos os dias.

As semanas frias ou chuvosas nos levam a possibilidades para ter algum conforto: livros, a internet ou o streaming que nos distraem de cenas bizarras que se passam como séries de extremo mau gosto na vida real.

Imagem ilustrativa da imagem Filmes e séries para quatro estações conturbadas
| Foto: Marco Jacobsen

Como tenho procurado em casa me desvincular das redes tóxicas, numa abstenção voluntária, procuro o lazer que traz a impressão de me deslocar para outro planeta. Afinal, o que seria da realidade sem a arte como refúgio?

Dentre as boas opções, há lançamentos que valem duas horas em frente à TV, sem precisar saber que explodiu mais um protesto ou que alguém se ajoelhou em frente à guarita de um posto do exército. Então, vamos aos filmes, para não perdemos nosso lazer e descanso para discussões tóxicas. E para que a gente não se equipare a lunáticos que se alimentam do rebatimento de suas "verdades" nas redes.

Sugiro bons enredos e algumas bobagens com verniz histórico, como a série "A Imperatriz", dirigida por Katrin Gebbe e Florian Cossen, que acaba de estrear na Netflix, e só tem ainda uma única temporada. Ela traz de volta a emblemática Sissi, mulher de Francisco José I. Baseada em fatos reais, replica o cenário suntuoso de Viena (Áustria) antes de sua derrocada, com os bailes, salões e atritos da imperatriz, nascida na Baviera, com o imperador austríaco. Não chega a ser um suprassumo do streaming, mas resgata valsas de Strauss, tendo como contraponto o fato de que a toxicidade na política é eterna. Tanto Sissi como o imperador morreram vítimas de atentados.

Outra sugestão é o filme "Anna Karenina", dirigido por Joe Wright. A personagem criada pelo escritor russo Liev Tolstói para uma história de amor triste e célebre como romance extraconjugal, já mereceu versões que se tornaram clássicos do cinema. Nesta versão da Netflix, a bela Keira Knightley interpreta a personagem principal, contracenando com Aaron Taylor-Johnson e Jude Law.

Agora, se você prefere filmes diferentes, sugiro alguns que são "a sua cara, mãe", como diz meu filho Fernão. Dentre eles, "Quatro Gerações", produção turca, dirigida por Berkun Oya, que mostra um filme dentro do outro, à medida em que conflitos e segredos de uma família vão sendo revelados. É longo, tem cerca de 2h30, mas é melhor que o filme de terror produzido na realidade. 'Zombie walk' assusta menos do que o que temos assistido por aí.

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A opinião da colunista não reflete, necessariamente, a da Folha de Londrina.

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