Um homem caminhava pela selva quando deu de cara com um tigre feroz. Correu o máximo que pôde, mas logo chegou à beira de um precipício. Desesperado, escalou uma videira e ficou pendurado sobre o abismo. Enquanto suspenso ali, duas ratazanas apareceram e começaram a roer o tronco da parreira. Foi então que ele viu um cacho de uvas. Arrancou-as e levou-as à boca. Eram as mais deliciosas e doces que ele já provara na vida!

Essa fábula – um tanto estranha quando comparada às que estamos acostumados – traz uma lição sobre o tempo. E a lição nos ensina que é difícil ter foco no presente.

Quem passa a vida a remoer o passado e sentindo medo do futuro vai descobrir, quando talvez não houver mais esperança nenhuma, que a única coisa que possuía, de fato, era o presente, mas o deixou ir-se como a correnteza das águas de um rio caudaloso.

“O homem que só se ocupa do passado não merece ter um futuro”, como dizia Oscar Wilde. O passado pode e deve nortear decisões importantes, é claro, desde que não se transforme numa sombra que obscurece o presente e o impede de ser vivido em toda sua plenitude.

Na prática, a luta constante deve ser para não se lançar uma âncora no mar da vida e ali ficar parado. Deixe tudo o que passou para trás. Aprenda, sim, o máximo que puder. Mas concentre-se em viver o presente como o trampolim para o futuro. E acima de tudo isso, perdoe-se pelos desacertos que lá ficaram!