Grande parte dos conselhos para se vencer a procrastinação não funciona – ou pelo menos não por muito tempo. Frases inspiradoras em pôsteres, em xícaras de café, logo se tornam nada e as pessoas se veem novamente adiando tudo para a semana que vem.

Talvez seja por isso, e desse modo, que os palestrantes motivacionais, os treinadores de vendas e autores de autoajuda garantem uma renda razoável, afinal, se o que eles fazem proporcionasse bem-estar duradouro, a clientela seria cada vez menor.

O problema com todas as dicas motivacionais é que elas não tratam de “como fazer as coisas”, mas somente de “como se sentir disposto a fazer as coisas”. Ter vontade de agir e realmente agir são coisas bem diferentes.

Uma empresa trouxe um consultor do tipo “eu resolvo qualquer problema” para fazer um treinamento de vendas a seus vendedores. O tal consultor nunca vendeu outra coisa na vida senão seus próprios treinamentos. Um tempo já se passou e o gerente contratante da empresa viu-se obrigado a divulgar a seus pares e à diretoria que as atividades estão excelentes.

O entrave é que não existe nenhum critério objetivo que mensure a efetividade do treinamento que este gestor propagandeia como bom. Na verdade, o que ele faz é apenas justificar o dinheiro gasto e mostrar que faz algum serviço, independentemente do resultado real. No entanto, a coisa toda não passa de injeções de placebos psicológicos dadas por um personagem que jamais sequer leu um livro de psicologia. Ou seja: é só “para inglês ver” e mostrar movimento.

Você consegue avaliar o risco de ações desse tipo?

Por este - e por outros tantos erros corporativos -, não confunda ação com a vontade de agir. O que esse tipo de consultores e os palestrantes motivacionais fazem muito bem é apenas mexer com o “como você se sente”. Mas isso quase nada tem a ver com o desempenho que produz resultados ou mudança de comportamento profissional.

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