Eu estou no mundo da consultoria e da orientação a gestores e líderes há, pelo menos, vinte e cinco anos. Uma das coisas que observo é que uma quantidade considerável de teses é exposta ao público através de artigos, crônicas, postagens nas mídias sociais e outros meios, sempre ancoradas numa afirmativa que se inicia com: “Pesquisas revelam que...” e seguem-se dados voltados a despertar a atenção do público.

Tudo bem! É fato que existem pesquisas de tudo por aí. O problema é que as fontes nem sempre são mencionadas e, mais importante, nada se fala sobre a metodologia, sobre o público pesquisado e outros detalhes que confeririam confiabilidade aos dados.

Então que valor elas têm? Você acredita nisso?

Um exemplo: “Pesquisas atestam que o Brasil é o penúltimo na qualidade de atendimento ao público numa lista de cem países avaliados.

”Se eu transmitir este dado dessa forma, todas as pessoas que foram mal atendidas alguma vez na vida, dirão: “Sim, é verdade”. E mau atendimento existe em todo lugar. Mas antes de tudo, cabe questionar: “Quem teria feito uma avaliação em cem países? ”; “Quanto custaria isso!?!”

E ainda que você e eu já tenhamos vivido experiências negativas – como é o meu caso: já recebi péssimo atendimento em pelo menos cinco países do primeiro mundo – temos o direito de generalizar a tal ponto?

Cuidado com essa história de “Pesquisas atestam...”. Isto sempre será balela, a menos que a tal pesquisa venha referenciada com sua fonte responsável pela coleta e com a metodologia empregada.

Sem isso, desconfie. Não compartilhe e nem dê crédito a quem estiver tentando fazer a sua cabeça.

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A opinião do colunista não reflete, necessariamente, a da Folha de Londrina.