Há poucos dias, eu propus nas minhas redes sociais um famoso desafio: você conseguiria não pensar num urso-polar durante um minuto?

Que tal tentar agora? Marque no seu relógio. Tente, talvez, por alguns segundos pensar apenas em coisas não relacionadas a um urso-polar. Vamos lá:

- Um, dois, três e… sinto muito, mas você perdeu!

Ninguém consegue. Nem por dez segundos.

O desafio do urso-polar é uma metáfora. Tente entender. Tudo o que desejamos com a máxima força que não dê errado na nossa vida, acaba dando. Observe e conclua.

O resultado que queremos evitar é exatamente o que parece nos atrair como um ímã. Você se programa para não tocar num assunto delicado durante uma conversa ou reunião de negócio, e dali a pouco você solta exatamente aquilo que desejava suprimir. Eu levo cuidadosamente uma xícara cheia de café com leite quente pela sala, a passos de tartaruga, pensando com fixação: “Não vou derramar... não vou derramar”, e aí, dou uma tremida e lá estão os respingos no tapete, para meu desapontamento.

Nós somos humanos. Cometemos erros. Errar faz parte da nossa natureza. Ter problemas e situações negativas é intrínseco a todo e qualquer indivíduo, sem nenhuma exceção. A infalibilidade é um delírio.

Quero dizer que é uma presunção errônea e confusa achar que, pensando só em coisas positivas, estaremos livres de impedimentos e desafios. Isso está tão longe da realidade quanto a estrela mais próxima do nosso planeta.

Portanto, aceite a natureza. Esforce-se, claro, para não cometer os seus erros antigos. Seria estupidez. Mas quanto aos potenciais erros novos, é quase impossível que você e eu não os façamos. E aqui se esconde um fantástico segredo da vida. Felicidade verdadeira consiste em resolver problemas, não em evitá-los.

...

Os artigos publicados não refletem,necessariamente, a opinião da Folha de Londrina.