Existe um traço de personalidade que certamente é o maior obstáculo para o desenvolvimento profissional e pessoal de qualquer ser humano. Os imensos danos que causa são similares apenas a estar amarrado dentro da jaula de um leão faminto. É o atributo do triunfo.

O que vem a ser isto?

É o que se manifesta no indivíduo que quer triunfar e ter razão sempre, sobre tudo e todos, por ter decidido em algum momento de sua existência que o modo como pensa e faz escolhas é a verdade absoluta. Ele zomba e despreza todos. Não tem disposição alguma de escutar opiniões diferentes às suas e muito menos de confessar seus equívocos, pois acredita estar correto em tudo.

Aquele que possui o atributo do triunfo jamais encontrará a verdade, pois isso exigiria que ele estivesse pronto a confessar seus próprios erros, e mudar o pensamento. E depois de alcançar este estágio, reconhecer que aí também existem erros, promover novas mudanças e assim por diante, muitas e muitas vezes – tantas quantas fossem necessárias.

Só supera este mal aquele que entende e encara suas reais limitações e, honesto consigo mesmo, reconhece que nada sabe, nada entende plenamente – já que não faz a menor ideia de onde veio e para onde vai, além de não ser capaz de ver o que lhe guarda o futuro distante e nem sequer o que se passará no próximo segundo.

Observe o que se passa com uma pessoa enferma. Subitamente ela sente um desamparo natural e se vê fraca, cheia de temores. É quando perde toda sua arrogância e a certeza do controle sobre sua vida. A reflexão a que somos levados a fazer é: existe alguma razão concreta, de fato, porque o homem possa se orgulhar e querer triunfar sobre todos com seus pensamentos e deduções?

Encarar de frente as limitações pessoais e colocar-se num processo contínuo de autodesenvolvimento é o que revela quanto nada se sabe. Neste patamar, então, é quando, sem dúvida, se alcança o ápice da autêntica sabedoria.