O maior desafio de qualquer sociedade – seja ela uma empresa ou uma Nação – está em como conter o fenômeno inevitável e universal da inveja.

A inveja está no núcleo da violência. Foi ela que inspirou o primeiro assassinato da Humanidade, quando Caim matou seu irmão Abel. É ela que induz ao adultério, ao roubo, ao falso testemunho e a tantos outros desvios.

Há algum tempo, eu me propus a estudar a inveja sob todas as óticas possíveis. Fui à Filosofia, à Literatura, à Psicologia, à Teologia e à História. Eu desejava descobrir sua causa lógica.

Encontrei muitas. A mais convincente de todas, contudo, é aquela que coloca a inveja como a falha em compreender o princípio da Criação conforme estabelecido em Gênesis; a saber: que tudo tem seu lugar no esquema das coisas. Cada um tem seu papel, suas lutas, ganhos, perdas, escolhas e consequências de modo inalienável e intransferível. Portanto, querer o que é do outro, é a perversão total do propósito da vida, é um equívoco com resultados desastrosos sempre.

Esta verdade contém cem por cento de ordem, assim como em seu desprezo, cem por cento de caos.

Nada é mais inútil e destrutivo do que deixar a felicidade de outra pessoa diminuir a nossa – exatamente o que a inveja é e faz. No entanto, o consumismo faz tudo para intensificá-la. Ele se utiliza da inveja como ferramenta para induzir os indivíduos a terem cada vez mais, sem que extraiam contentamento mínimo daquilo que adquirem.

Desta feita, eis o antídoto da inveja: alegrar-se com o que você já tem e prosseguir no seu autodesenvolvimento e maturidade conscientes. De fato, para alcançar este nível, o que seria preciso além do próprio esforço de ser melhor?