Certa vez li um livro que foi escrito há pelo menos dois mil anos, cujo nome é: “Um homem acima das nuvens”. Neste livro, o personagem principal é dotado da capacidade de voar e ver o mundo desde cima. Lá do alto, quando olha para a terra, ele vê que tudo se torna muito pequeno – as pessoas ricas, as guerras, a pobreza, os impérios etc. Neste exato momento, ele percebe que, desde a nova perspectiva em que se encontra, todas suas batalhas pessoais e preocupações se tornam insignificantes.

Eu fico imaginando que naqueles tempos este exercício era apenas teórico, já que a maior altura a que alguém conseguia chegar era o topo de uma montanha. Mas hoje, com toda a tecnologia de aeronaves, o ser humano é capaz de uma visão aérea realmente muito maior, a ponto de que Edgar Mitchell, um astronauta da Apollo 14 e sexto homem a pisar na lua, declarou numa entrevista que “no espaço exterior, desenvolvemos uma consciência global instantânea que valoriza muito mais as pessoas do que as coisas ou dos problemas. É uma insatisfação intensa com o estado do mundo e uma compulsão de fazer alguma coisa a respeito. De lá da Lua” – continua Mitchell – “a política internacional parece desprezível a ponto de dar vontade de agarrar um político pelo colarinho e arrastá-lo quatrocentos mil quilômetros acima do chão e dizer: ‘Olhe para isto, seu imbecil!’

”Eu acredito e tenho comprovado que mudar a perspectiva e olhar tudo desde cima seja uma tática que, no mínimo, nos encoraja a buscar soluções em que não pensamos ou talvez jamais sequer tenhamos imaginado.

Por que você não tenta?

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